São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 2002

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DIVERSÃO

É preciso saber usar GPS
Internet é palco de caça mundial ao tesouro

FERNANDA K. ÂNGELO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Uma nova brincadeira está virando moda entre os internautas de todo o mundo. Trata-se do geocaching -uma espécie de caça ao tesouro mais moderna, como define André Schertel, jovem brasileiro que incentiva o jogo no país e edita o site www.geocachingbrasil.com.
O desafio é encontrar objetos deixados por outros participantes do jogo em diferentes partes do globo terrestre. No geocaching, porém, o que antes se chamava de tesouro ganhou o nome de cache, que nada mais é do que um pote ou caixinha com algum objeto dentro -pode ser um livro, um CD ou um brinquedo qualquer. As pistas deram lugar a coordenadas de GPS (Global Positioning System), sistema baseado em satélites que permite a qualquer usuário saber a sua localização.
O jogador prepara um cache e o coloca em qualquer lugar do planeta -embaixo de uma árvore, por exemplo. Depois, entra no site da brincadeira e informa a localização exata do cache -baseado na posição dada pelo GPS.
Outro participante que se interesse pelo tesouro deve usar as coordenadas para determinar o local do esconderijo. Ao encontrar o cache, o jogador deve pegar uma prenda ali deixada e substituí-la por outra, assinar o caderno que estará junto e depois informar, novamente no site da brincadeira, que encontrou o cache.
"Até maio de 2000, o GPS era utilizado principalmente por membros das Forças Armadas dos Estados Unidos e por prevenção tinha margem de erro de cerca de 100 metros. Com o fim do erro induzido, essa margem passou a ser de apenas quatro metros, tornando a brincadeira possível", diz Schertel.
Atualmente já são mais de 30 mil caches espalhados por 144 países em todo o mundo -a maioria nos Estados Unidos (20 mil), Inglaterra (mil) e outros países europeus. No Brasil, segundo Schertel, o primeiro cache, batizado de Virtual Cache Brasileiro, foi colocado em 1º de abril de 2001. Hoje, existem apenas 27 caches no país.
Nos Estados Unidos, alguns objetos deixados têm identificação específica para controlar de onde a onde eles vão -são os chamados "travel bugs". Nos EUA, o site oficial da brincadeira vende, por US$ 6, uma espécie de chaveiro que é preso ao objeto.
No Brasil, o que está circulando é uma nota de R$ 1 com numeração registrada pelo jogador que a colocou. O número da série está no site brasileiro do geocaching. A cédula foi colocada no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, e hoje está no parque Ibirapuera, também na capital paulistana, aguardando que alguém a encontre e a leve para mais longe. Muito mais rodado que essa nota de R$ 1,00, o "travel bug" americano chamado "Bessie Bug" atravessou os EUA e percorreu mais de 4.000 quilômetros.

As poucas regras do jogo
Schertel diz que as regras são só quatro: a) deixar o nome no livro; b) se pegar algo, deixar algo; c) entrar no site e fazer o cadastro, mencionando onde encontrou o cache; e d) divertir-se.
Para se divertir, porém, é preciso desembolsar cerca de R$ 500 para comprar um aparelho GPS. Schertel diz que vale a pena. "É uma brincadeira muito gostosa. Quando você começa, até ganha disposição para caminhadas e passeios ecológicos."


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