São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

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INTERNET DO BEM

Sites mostram que no mundo virtual também há espaço para mobilizações de apoio a vítimas de tragédias

Internauta amplia rede de solidariedade

MARCELO BARTOLOMEI
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O maremoto que abalou a Ásia no final do ano passado gerou uma onda de solidariedade no mundo todo, que se estendeu à internet. Circularam e-mails com instruções para depósitos em dinheiro, foram criados grupos de apoio e anunciadas campanhas de ajuda, intermediadas por empresas nacionais e revertidas a fundos como o da Cruz Vermelha (www.icrc.org/por) e o da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), em www.unicef.org. Blogs -como tsunamihelp. blogspot.com- e sites corporativos também tentam contribuir.
É a internet do bem, em que ameaças hackers, vírus e propagandas de racismo dão lugar à ajuda ao próximo e ao incentivo a mobilizações pelo bem-estar social. Só no Orkut (www.orkut.com), comunidade virtual que reúne mais de 1,2 milhão de usuários -sendo 62,1% de brasileiros-, há ao menos dez comunidades de apoio às vítimas da tragédia.
Da mais popular (Ajuda às vítimas do tsunami, em www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1038209), com 2.987 usuários, surgiu a idéia de um concerto em prol das vítimas no Sri Lanka (www.orkut.com/Community. aspx?cmm=1073346). Concebido pelo músico Guilherme Isnard, 47, da banda Zero, o projeto foi transformado em um grupo que tinha 594 internautas até quinta-feira passada.
"Não imaginava que seria desse jeito. O Brasil é um país solidário", diz Isnard. "A colaboração artística é muito importante. Logo de início, tive o apoio do Evandro Mesquita, do Leoni e do Léo Jaime, que estão no Orkut. Depois, outros aderiram, todos se conectando pela internet, além de muitas bandas independentes e voluntários de todas as áreas."
Sites que dão voz a voluntários e empresas que têm um histórico de responsabilidade social também aderiram à campanha. Trazem notícias e explicam como ajudar, informando telefones, e-mails e sites para fazer doações.
No site do projeto Viva Rio (www.vivario.org.br), um botão em destaque na página de abertura aponta os caminhos para quem quer ajudar a instituição, que tem vários projetos em comunidades carentes do Rio de Janeiro.
É o que acontece também no Portal do Voluntário (www.portaldovoluntario.org.br), espaço de convergência de idéias e oportunidades de ajuda mantido pela ONG Comunitas, extensão do Comunidade Solidária, herança do governo FHC.

Mobilização
Há também campanhas com objetivos de intervenção política, como Gabriela Sou da Paz (www.gabrielasoudapaz.org), criada pelos pais de Gabriela Prado Maia Ribeiro, assassinada no metrô do Rio de Janeiro em 2003, aos 14 anos. Eles arrecadam assinaturas para pressionar o Congresso a alterar artigos da Constituição que, na opinião deles, garantem impunidade a criminosos.
Fora isso, com apenas um clique é possível ajudar na luta contra a fome ou contra o desmatamento (www.clickarvore.com.br).
No Brasil, um projeto de internet oferece leite a instituições que lidam com a população carente: é o Pratique Leite (www.doeleite.com.br).
Há também iniciativas para a inclusão digital, como o www.cdi.org.br. Em www.infoinclusão.org.br, há informações sobre projetos para reduzir a parcela da população que não tem acesso à web, projeto ancorado por telecentros -www.telecentros.sp.gov. br ou www.tele-centros.org.


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