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INTERNET DO BEM
Sites mostram que no mundo virtual também há espaço para mobilizações de apoio a vítimas de tragédias
Internauta amplia rede de solidariedade
MARCELO BARTOLOMEI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O maremoto que abalou a Ásia
no final do ano passado gerou
uma onda de solidariedade no
mundo todo, que se estendeu à
internet. Circularam e-mails com
instruções para depósitos em dinheiro, foram criados grupos de
apoio e anunciadas campanhas
de ajuda, intermediadas por empresas nacionais e revertidas a
fundos como o da Cruz Vermelha
(www.icrc.org/por) e o da Unicef
(Fundo das Nações Unidas para a
Infância), em www.unicef.org.
Blogs -como tsunamihelp.
blogspot.com- e sites corporativos também tentam contribuir.
É a internet do bem, em que
ameaças hackers, vírus e propagandas de racismo dão lugar à
ajuda ao próximo e ao incentivo a
mobilizações pelo bem-estar social. Só no Orkut (www.orkut.com), comunidade virtual
que reúne mais de 1,2 milhão de
usuários -sendo 62,1% de brasileiros-, há ao menos dez comunidades de apoio às vítimas da
tragédia.
Da mais popular (Ajuda às vítimas do tsunami, em www.orkut.com/Community.aspx?cmm=1038209), com 2.987 usuários,
surgiu a idéia de um concerto em
prol das vítimas no Sri Lanka
(www.orkut.com/Community.
aspx?cmm=1073346). Concebido pelo músico Guilherme Isnard, 47, da banda Zero, o projeto
foi transformado em um grupo
que tinha 594 internautas até
quinta-feira passada.
"Não imaginava que seria desse
jeito. O Brasil é um país solidário", diz Isnard. "A colaboração
artística é muito importante. Logo de início, tive o apoio do Evandro Mesquita, do Leoni e do Léo
Jaime, que estão no Orkut. Depois, outros aderiram, todos se
conectando pela internet, além de
muitas bandas independentes e
voluntários de todas as áreas."
Sites que dão voz a voluntários e
empresas que têm um histórico
de responsabilidade social também aderiram à campanha. Trazem notícias e explicam como
ajudar, informando telefones, e-mails e sites para fazer doações.
No site do projeto Viva Rio
(www.vivario.org.br), um botão
em destaque na página de abertura aponta os caminhos para quem
quer ajudar a instituição, que tem
vários projetos em comunidades
carentes do Rio de Janeiro.
É o que acontece também no
Portal do Voluntário (www.portaldovoluntario.org.br), espaço de convergência de idéias e
oportunidades de ajuda mantido
pela ONG Comunitas, extensão
do Comunidade Solidária, herança do governo FHC.
Mobilização
Há também campanhas com
objetivos de intervenção política,
como Gabriela Sou da Paz (www.gabrielasoudapaz.org), criada
pelos pais de Gabriela Prado Maia
Ribeiro, assassinada no metrô do
Rio de Janeiro em 2003, aos 14
anos. Eles arrecadam assinaturas
para pressionar o Congresso a alterar artigos da Constituição que,
na opinião deles, garantem impunidade a criminosos.
Fora isso, com apenas um clique
é possível ajudar na luta contra a
fome ou contra o desmatamento
(www.clickarvore.com.br).
No Brasil, um projeto de internet oferece leite a instituições que
lidam com a população carente: é
o Pratique Leite (www.doeleite.com.br).
Há também iniciativas para a
inclusão digital, como o www.cdi.org.br. Em www.infoinclusão.org.br, há informações sobre projetos para reduzir a parcela da população que não tem acesso à
web, projeto ancorado por telecentros -www.telecentros.sp.gov. br ou www.tele-centros.org.
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