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INTERNET DO MAL
Rede camufla atos racistas e pedófilos
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das famas -talvez a pior
delas- da internet é a de ser
uma verdadeira terra de ninguém, um local onde é praticamente impossível controlar o
conteúdo publicado em um site.
Por isso, ela se torna um excelente lugar para a propagação
em larga escala de materiais
proibidos. A quantidade de endereços que oferecem violência,
racismo, pedofilia e estupro é
elevada. O pior: não é nada difícil encontrar sites do tipo com as
ferramentas de busca mais populares, como Google e Yahoo!.
Apesar de se manterem atentas e receberem denúncias, polícias de todo o mundo nem sempre podem fazer algo.
Os criminosos se acostumaram
a hospedar esses sites em servidores localizados fora de seus
países.
Por meio da assessoria de imprensa, a Delegacia de Meios
Eletrônicos do Deic explica que,
por mais que exista boa vontade,
essa barreira atravanca as investigações, além do fato de que os
responsáveis pelo site têm meios
de mascarar as suas identidades.
A maioria dos grandes serviços de hospedagem controla o
conteúdo dos sites e retira do ar
páginas que desrespeitam os termos impostos.
Mas há exceções. Um serviço
de língua espanhola que se apresenta como defensor da liberdade de expressão na internet hospeda várias páginas com conteúdo nazista (algumas em português) de autores que não escolhem palavras ao fazer referências racistas e anti-semitas
Fetiche macabro
Por preços médios de US$ 30
por mês, um internauta pode ter
acesso ao conteúdo de sites pagos, com fotos e vídeos de simulações de mulheres sendo violentadas. Há muitas alternativas:
é possível optar por mulheres
russas, orientais, virgens ou de
uniforme sofrendo humilhações
enquanto são forçadas a manterem relações sexuais com homens armados e encapuzados.
Já seria ruim se todos esses sites fossem declaradamente fictícios. Mas ainda há páginas que
oferecem cenas supostamente
reais. Algumas impressionam.
Talvez por estar sob maior vigilância -várias redes criminosas foram desbaratadas na Europa, nos EUA e no Brasil-, os sites com conteúdo pedófilo não
são tão comuns. Não há, no entanto, motivo para crer que a internet esteja livre desse mal: os
pedófilos acabam trocando informações por meio de fóruns
ou grupos de e-mail.
Perto de seus colegas da internet do mal, os sites de violência
perdem parte do impacto, embora o acesso a eles continue desaconselhável. Vejo um exemplo
no Rotten.com (www.rotten.com), um dos menos pesados
em termos de imagens, mas ainda assim não recomendável que
tem estômago fraco, impressionáveis e menores de idade.
Fraudadores também se aproveitam da boa vontade dos internautas. Circulam na rede e-mails com pedidos de ajuda às
vítimas do maremoto da Ásia
que infectam o micro com programas espiões.
(FERNANDO BADÔ)
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