São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

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INTERNET DO MAL

Rede camufla atos racistas e pedófilos

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das famas -talvez a pior delas- da internet é a de ser uma verdadeira terra de ninguém, um local onde é praticamente impossível controlar o conteúdo publicado em um site.
Por isso, ela se torna um excelente lugar para a propagação em larga escala de materiais proibidos. A quantidade de endereços que oferecem violência, racismo, pedofilia e estupro é elevada. O pior: não é nada difícil encontrar sites do tipo com as ferramentas de busca mais populares, como Google e Yahoo!.
Apesar de se manterem atentas e receberem denúncias, polícias de todo o mundo nem sempre podem fazer algo. Os criminosos se acostumaram a hospedar esses sites em servidores localizados fora de seus países.
Por meio da assessoria de imprensa, a Delegacia de Meios Eletrônicos do Deic explica que, por mais que exista boa vontade, essa barreira atravanca as investigações, além do fato de que os responsáveis pelo site têm meios de mascarar as suas identidades.
A maioria dos grandes serviços de hospedagem controla o conteúdo dos sites e retira do ar páginas que desrespeitam os termos impostos.
Mas há exceções. Um serviço de língua espanhola que se apresenta como defensor da liberdade de expressão na internet hospeda várias páginas com conteúdo nazista (algumas em português) de autores que não escolhem palavras ao fazer referências racistas e anti-semitas

Fetiche macabro
Por preços médios de US$ 30 por mês, um internauta pode ter acesso ao conteúdo de sites pagos, com fotos e vídeos de simulações de mulheres sendo violentadas. Há muitas alternativas: é possível optar por mulheres russas, orientais, virgens ou de uniforme sofrendo humilhações enquanto são forçadas a manterem relações sexuais com homens armados e encapuzados.
Já seria ruim se todos esses sites fossem declaradamente fictícios. Mas ainda há páginas que oferecem cenas supostamente reais. Algumas impressionam.
Talvez por estar sob maior vigilância -várias redes criminosas foram desbaratadas na Europa, nos EUA e no Brasil-, os sites com conteúdo pedófilo não são tão comuns. Não há, no entanto, motivo para crer que a internet esteja livre desse mal: os pedófilos acabam trocando informações por meio de fóruns ou grupos de e-mail.
Perto de seus colegas da internet do mal, os sites de violência perdem parte do impacto, embora o acesso a eles continue desaconselhável. Vejo um exemplo no Rotten.com (www.rotten.com), um dos menos pesados em termos de imagens, mas ainda assim não recomendável que tem estômago fraco, impressionáveis e menores de idade.
Fraudadores também se aproveitam da boa vontade dos internautas. Circulam na rede e-mails com pedidos de ajuda às vítimas do maremoto da Ásia que infectam o micro com programas espiões.
(FERNANDO BADÔ)


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