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O sucesso do i-mode
BARBARA OLIVEIRA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Imagine 36 milhões de pessoas
usando apenas o celular para realizar suas tarefas cotidianas como
comprar ingressos, reservar passagens de trens, acessar e-mails,
ver a cotação da bolsa de valores,
ou simplesmente se divertindo jogando seus Pokémons enquanto
aguardam o metrô. E tudo isso
com tarifas acessíveis. Pois essa
realidade já existe no Japão há
mais de três anos, graças ao serviço i-mode da DoCoMo, maior
operadora de comunicação móvel do mundo.
É para relatar esse sucesso empresarial e popular, criado pela gigante japonesa, que a Telexpo
convidou o seu diretor-executivo
e de estratégia do i-mode,Takeshi
Natsuno.
O executivo falará no dia 27, às
14h30, no pavilhão do congresso.
Segundo Natsuno, que adiantou
alguns tópicos de sua palestra para a Folha, será enfatizado o conceito de "Cadeia de Valor do i-mode", ou seja, "para que o serviço conquistasse êxito foi necessário o envolvimento de vários segmentos, entre fornecedores de
conteúdos de internet, fabricantes
de aparelhos móveis e operadoras
de serviços sem fio", explicou. E
lógico, dos usuários, porque o Japão tem hoje cerca de 79 milhões
de assinantes de celulares, e sem
eles o i-mode não decolaria.
"O i-mode teve êxito porque
não é um serviço isolado, e envolveu todos no objetivo de atingir o
maior número de pessoas possível." Além disso, Natsuno lembra
que o i-mode é um serviço interativo, fácil de usar e principalmente porque faz o que qualquer PC
conectado à internet faria.
Hoje, os japoneses de qualquer
parte do país já podem acessar
conteúdos de mais de 60 mil sites
de joguinhos, download de músicas, resultados de esportes, horóscopo, karaokê, rádios FM, além
de serviços de e-mail (responsável
por 40% do tráfego), consulta de
extratos e operações bancárias,
compras de ingressos, reservas
em restaurantes e hotéis, ações da
bolsa de valores e horários de
trens, tempo etc. Segundo Natsuno, existe até um conteúdo em
português, o "Pokebras" que dispõe de informações sobre o Brasil, notícias e tons de chamada.
O bom de tudo isso é que o serviço é barato para os padrões japneses, uma vez que as contas são
cobradas por volume de dados
transmitidos e não pelas horas em
que o usuário fica conectado. Ou
seja, se o assinante acessar, em
média, oito e-mails e alguns sites
por dia vai pagar o equivalente a
300 yenes (cerca de R$ 8,60) mensais.
Em junho do ano passado, a
DoCoMo lançou os aparelhos da
série 251i com câmera embutida e
que permitem aos usuários do i-mode tirar fotos digitais e anexar
arquivos aos e-mails com o toque
de alguns botões. Para 2004 está
previsto o lançamento de celulares equipados com novos browsers e linguagem Java. Neste mês,
a operadora fechou uma parceria
com a Samsung para a produção
de aparelhos de mão compatíveis
com redes de segunda geração
GSM/ GPRS. A estratégia agora da
DoCoMo é espalhar a cultura i-mode para a Europa.
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