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Sem EUA, internet será global em 2009
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A partir de 2009, a internet torna-se realmente global. Acaba a influência dos
Estados Unidos sobre o
Icann, organização que controla os servidores que nomeiam os sites da grande rede. Ao mesmo tempo, um fórum proposto pelas Nações
Unidas debate como os países interconectados combaterão, juntos e cada vez melhor, as ameaças eletrônicas
e os crimes transpostos do
real para o virtual.
O Icann tem diretoria internacional, mas opera sob
contrato com o Departamento de Comércio dos
EUA, que ratifica decisões da
organização -o que faz muitos temerem a influência
americana na internet.
Para 2009, está previsto o
fim da relação entre o Departamento de Comércio dos
EUA e o Icann, abrindo caminho para a internacionalização da organização.
"Empurrava-se para o
Icann a conversa sobre
spam, pedofilia e outros assuntos porque não havia outro espaço para isso. Agora,
alguns querem debater o futuro do Icann no IGF (Fórum de Governança da Internet), mas, pessoalmente, não
acho que seja o melhor lugar
para resolver isso", explica
Markus Kummer, coordenador executivo do IGF, que
reúne interessados de todos
os setores para o nascimento
de um sistema múltiplo, no
qual todos têm palavra.
Embora o debate da governança passe por cibercrime,
privacidade e liberdade de
expressão na rede global, o
papel do Icann ainda ocupa
um espaço grande nos encontros do IGF. A instituição
sem fins lucrativos controla
os servidores do sistema de
nomes de domínio, que atribui uma identificação única a
cada computador conectado
à internet. Sem eles, não haveria uma rede global.
Kummer defende a governança múltipla reforçada pelo IGF. "Alguns querem um
tratado global, mas isso exige
tempo e há muito que pode
ser feito antes. No Reino
Unido, sociedade, governo e
empresas conseguiram reduzir os servidores locais que
hospedavam pornografia infantil para zero."
Para o diplomata, já há organizações que agem globalmente, como a União Internacional de Telecomunicações, o Conselho da Europa,
a Unesco e órgãos que regulam direitos autorais e tratados comerciais. Não há a necessidade de criar outra organização. O poder do IGF é
juntar esses debates.
(MN)
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