|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEFONIA MÓVEL
Telefones com câmera permitem envio rápido de imagens e podem gerar revolução no fotojornalismo
Foto via celular põe privacidade em xeque
EDER CHIODETTO
EDITOR DE FOTOGRAFIA
A fotografia sempre foi uma das
maiores aliadas dos espiões -no
mundo real ou na história da literatura e do cinema. Agora, espiões ou simplesmente xeretas
mundo afora têm seu serviço extremamente facilitado pelos aparelhos de telefonia celular que fazem fotografias.
Essa tecnologia, que começa a
invadir o mercado nacional, já se
transformou em mania no Japão
e nos países nórdicos, onde o sistema possibilita a transmissão de
dados pelo celular.
A Folha testou o modelo T720
da Motorola, que pode funcionar
com as operadoras Tim e Oi (as
únicas que oferecem no Brasil o
sistema GSM).
Um pequeno adaptador se
transforma no "olho" do celular.
Observa-se a imagem no visor e,
com um simples toque, a fotografia está feita. É muito fácil simular
que você está tendo uma conversa
ao telefone quando, na verdade,
está fotografando alguém ou alguma situação sem que ninguém
perceba. Após armazenar a imagem, é possível, no mesmo instante, enviar o arquivo da foto por
e-mail ou por mensagens MMS
(mensagens instantâneas) com
voz e texto para outro telefone.
Na prática, é possível fotografar
e mostrar tal imagem em poucos
minutos em qualquer lugar do
mundo onde haja um computador. Tal recurso vem intensificar a
exposição às imagens vividas pelo
homem contemporâneo. Num
mundo em que cada vez nos relacionamos mais com as imagens e
menos com o real, sobretudo
após o advento da internet, a
questão que movimenta os estrategistas das grandes empresas é
como aumentar a velocidade de
circulação das imagens.
Tecnologias como essa reforçam a idéia de um mundo on-line,
no qual, em posse de um pequeno
aparelho, você poderá informar e
ser informado o tempo todo e onde praticamente não será mais
possível estar desconectado da aldeia global.
Por enquanto, a tecnologia ainda é incipiente. No modelo testado, a imagem não apresenta muita qualidade, com algumas alterações de cor, pouca definição e arquivo muito pequeno, o que impossibilita a impressão com alguma qualidade num tamanho
maior que cinco centímetros.
Transmissão
A transmissão de imagens para
um e-mail no modo "urgente"
chegou a demorar apenas três minutos. Já no modo "normal", levou mais de 12 horas. Algumas foram enviadas e nunca chegaram.
Mas, a despeito desses pequenos entraves que a escalada tecnológica deve resolver em pouco
tempo, a largada está dada. Neste
mesmo instante, você pode estar
sendo fotografado sem saber e essa imagem pode estar sendo vista
em poucos minutos na Mauritânia. É justamente a questão da
privacidade que está gerando um
grande debate no Japão, por
exemplo, onde se estuda a proibição do uso dos aparelhos em sanitários públicos e parques de diversão. Há até a inusitada possibilidade de obrigar as empresas a
instalar um sinal sonoro que emita um "clic".
Tão logo a tecnologia permita a
geração de arquivos com mais
qualidade, uma revolução deverá
ocorrer também no fotojornalismo. Onde quer que aconteça algo
digno de nota, haverá um batalhão de pessoas com seus incríveis
celulares fotografando e espalhando a imagem por todo o
mundo. Mais que testemunhas
oculares, seremos potencialmente autores das imagens de um
mundo que se transforma em alta
velocidade.
Texto Anterior: Panorâmica - Lançamentos: Sony e HP exibem produtos Próximo Texto: Palm tem softs para texto e cálculo Índice
|