São Paulo, quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

reportagem de capa

PlayStation 3 chega em meio a confusões

SONY Falta de peças faz empresa limitar oferta do console, que é o mais caro da nova geração, e atrasar lançamento na Europa

Paul Sakuma/Associated Press
Jovem brinca com um PlayStation 3 numa loja da Califórnia


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Grandes poderes trazem grandes responsabilidades". A frase vem de "Homem-Aranha", mas ilustra a escalada da Sony, que, em dez anos, chegou à liderança do mercado de videogames, ultrapassando as tradicionais Sega e Nintendo.
Agora, o PlayStation 3, mesmo com um lançamento turbulento nos EUA, chega não somente com a missão de manter a posição da companhia mas também com objetivos muito maiores, como popularizar os discos Blu-ray, que se apresentam como candidatos a sucessores dos DVDs.
A tecnologia, concorrente do HD-DVD, é capaz de armazenar até 54 Gbytes de dados e, somada ao poderio do processador Cell e à tecnologia de gráficos da Nvidia, garante ao console um impressionante visual de alta definição, com resolução de até 1.080 linhas. Todo esse requinte, porém, também tem um lado negativo.
O aparelho enfrenta diversos contratempos para conquistar o mercado, a começar pelo preço: é o mais caro da nova geração. Basta dizer que, com o valor do pacote mais requintado, US$ 599, nos EUA, o consumidor compra um Wii mais a opção modesta do Xbox 360 e ainda sobra dinheiro.
Em contrapartida, no campo tecnológico, a Sony marca de perto as concorrentes Nintendo e Microsoft. Sem muita cerimônia, incorporou ao seu projeto dois aspectos bem-sucedidos da concorrência: o controle sensível aos movimentos e uma rede on-line centralizada.
O Sixaxis, nome do joystick do PlayStation 3, assim como o controle do Wii, capta movimento e rotação em três dimensões, embora, ao menos nos testes iniciais, fique bem aquém do inspirador.
De qualquer forma, é o suficiente para acrescentar algum "tempero" a jogos de certos gêneros, como os esportivos e os de simulação de corrida.

Prejuízo
Como se não bastasse ter a opção mais cara, a Sony ainda foi obrigada a atrasar o lançamento do PS3 na Europa para março de 2007, por causa da falta de um componente chamado diodo de laser azul.
A cada PS3 vendido, a Sony perderá dinheiro, por causa dos altos custos de produção da máquina.
Até março de 2007, quando a empresa espera já ter vendido 6 milhões de consoles, o prejuízo da divisão de games será de US$ 1,7 bilhão.
O lançamento no Japão também foi problemático, com apenas 80 mil unidades disponíveis. Curiosamente, a média de jogos vendidos no país é inferior a um por console, o que significa que muitos compraram o PS3 para vendê-los por preços assustadores a revendedores ou em sites de leilão.


Texto Anterior: Alguns jogos da nova geração
Próximo Texto: Estréia: Faltou PS3 no lançamento
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.