DA REPORTAGEM LOCAL

Na era do "Big Brother", em que o telespectador pode assistir ao que se passa em uma casa por 24 horas e conferir os resultados na internet, a webcam na casa das pessoas tornou-se uma invasão de privacidade consentida.
É o que afirma o psicólogo e escritor Sergio Savian, autor de sete livros publicados sobre relacionamentos amorosos. O próximo, que será lançado em breve, é "Paquera, Erros e Acertos" (ed. Celebris). Tem farto material com seção de respostas a dúvidas que também foram levantadas por sua clientela. Nesse título, Savian procura responder até que ponto o amor virtual é possível, por que os relacionamentos virtuais têm crescido muito e quais são as limitações das paqueras na internet.
Na opinião do profissional, "a internet tem um lado legal, mas também promove a indiferença. O "x" do lado direito é terrível. A tecla Del, também." Segundo ele, 60% a 70% da clientela que passa por seu consultório -centenas de pacientes por ano- busca relacionamentos na internet de alguma forma. "As pessoas têm medo de frequentar lugares. Por outro lado, a rede é mais prática, pois é mais fácil encontrar a sua turma, além de ser mais barato usá-la do que ir a um bar."
Em um século marcado pela auto-afirmação do indivíduo, a internet é uma "maquininha que tem muito a ver". "Vivemos uma era da edição. Na rede, as pessoas só apresentam um de seus lados e restringem sua autodefinição."
Para ir contra essa tendência, Savian incentiva seus clientes a marcar um primeiro encontro, a sair do virtual. Durante os fins de semana, promove workshops, grupos de entrosamento e organiza no site www.mudancadehabito.com.br viagens para que interessados paquerem e se soltem para iniciar um relacionamento. (MZ)


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