São Paulo, quarta-feira, 23 de maio de 2007

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Conheça os avanços da inteligência artificial

Conceitos se espalham por produtos comuns

GUSTAVO VILLAS BOAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é só em filme que você já entrou em contato com a inteligência artificial (IA). Se em séries como "Matrix" e "O Exterminador do Futuro" as máquinas têm consciência própria, tomam decisões e até se rebelam contra o homem, no dia-a-dia os frutos das pesquisas em torno da IA são mais simples e amistosos.
Os conceitos desse campo de pesquisa estão, por exemplo, nos buscadores e aplicações na internet que usam os hábitos dos usuários para personalizar e aperfeiçoar os resultados (vide Google e Last.fm). Ou seja, aprendem e se adaptam.
Mas a nova geração da internet, a web 3.0 ou web semântica, é ainda mais inteligente. Nela, linguagens padronizadas traduzem o contexto das páginas da rede para os softwares.
Assim, uma aplicação educacional seria capaz de, sozinha, reconhecer em sites diferentes e outros depósitos de informação onde estão dados como a população do Brasil, o PIB e a porcentagem de pessoas alfabetizadas. O software poderia cruzar as informações para apontar o PIB médio dos analfabetos do país.
Porém hoje existem mudanças mais visíveis oriundas das pesquisas em IA -e no cotidiano de pessoas comuns. Por exemplo: o sistema de reconhecimento de fala usado por celulares e os videogames com inimigos cada vez mais espertos.
Os carros modernos também são agraciados com toques de inteligência artificial; sistemas que se adaptam ao jeito de dirigir do motorista ou que controlam a mistura de combustível são frutos de pesquisas nessa área.
Mas os veículos podem ser ainda mais inteligentes: um desafio chamado Grand Challenge vai premiar carros dirigidos apenas pelo computador de bordo. Eles devem atravessar um percurso urbano de 96 km seguindo as leis de trânsito da Califórnia (EUA) em novembro deste ano.
O evento é organizado pela Darpa, uma agência do governo norte-americano de pesquisas militares -e berço da internet.
Os robôs, tão presentes no imaginário, não estão esquecidos por pesquisas reais. Na semana passada, a "New Scientist" divulgou que um deles cruzou a barreira simbólica e real do auto-reconhecimento. Nico, desenvolvido na Universidade Yale (EUA), percebeu, em um espelho, seu próprio braço se movendo. O objetivo é desenvolver uma máquina que aprenda socialmente, não apenas de forma programada.
Também na semana passada, pela primeira vez mais máquinas reais do que ficcionais entraram no Hall da Fama dos Robôs, organizado pela Universidade Carnegie Mellon, dos EUA. Uma mostra de que o real, nessa área, começa a se equiparar com a ficção.
No Brasil, muitas das pesquisas em IA poderão ser vistas no começo de julho, quando acontece o sexto Encontro Nacional de Inteligência Artificial (Enia), promovido pela Sociedade Brasileira de Computação, no Rio de Janeiro.


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