São Paulo, quarta-feira, 23 de outubro de 2002

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TESTE USP

Athlon XP 2600+ tem bom desempenho, mas velocidade indicada pelo fabricante não corresponde ao clock

Nova tecnologia aumenta poder do chip

DILVAN DE ABREU MOREIRA
ODEMIR MARTINEZ BRUNO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O processador Athlon XP 2600+ com arquitetura QuantiSpeed foi lançado recentemente pela AMD.
A sua arquitetura QuantiSpeed aumenta a performance do chip e o volume de trabalho executado em cada ciclo de clock. No seu coração há um núcleo com nove unidades de execução que proporcionam mais caminhos para alimentar o mecanismo do chip com instruções dos programas.
Isso significa mais velocidade de processamento sem aumento da frequência do processador. Segundo a AMD, essa arquitetura ajuda a impulsionar a performance dos aplicativos no XP.
O Athlon XP 2600+ foi projetado para oferecer bons resultados quando trabalha com mídia digital (áudio e vídeo), graças à arquitetura QuantiSpeed, à tecnologia 3Dnow! Professional e à maior quantidade total de memória cache (384 Kbytes).
A cache é uma memória rápida embutida no chip, que evita fazer acessos repetidos à memória principal (mais lenta) para buscar informações. Ficam na cache as informações que o processador utiliza com mais frequência.
Nos testes, o Athlon XP 2600+ foi submetido a diversas avaliações de desempenho (benchmarks) para avaliar a performance em aplicações corriqueiras -planilhas e editores de texto- e específicas -científicas, computação gráfica e jogos.
A máquina de testes foi montada com uma placa-mãe recomendada pela empresa, memória DDR de 512 Mbytes, placa de vídeo de alta performance Nvidia Gforce 4 Ti 4600 com 128 Mbytes e disco rígido ATA 100, para que os componentes do computador não desfavorecessem o desempenho do processador. Saiu-se bem, com ótima performance.
O processador alcançou 5.557 Mips (milhões de operações com números inteiros por segundo) e 4.690 Mflops (milhões de operações em ponto flutuante). Ou seja, o poder de processamento aproximou-se do XP 2800+.
A temperatura do processador quando refrigerado fica em torno dos 74 C, bastante elevada. Se a qualidade do sistema de refrigeração (dissipador e ventilador) acoplado ao processador não for bem dimensionada e de boa qualidade, poderão ocorrer queda de performance e travamento.
O Athlon XP 2600+ não possui um clock de 2,6 GHz, como seu nome parece indicar. Para saber o clock real, basta verificar o Bios e ver o valor fornecido ao processador, que nesse caso é 133 MHz, e multiplicá-lo por 16, fator usado pelo processador. O clock real atinge assim aproximadamente 2,133 GHz.
O Athlon XP 2600+ atingiu também 82 quadros de imagem por segundo e 610 mil pontos por quadro, no jogo Unreal Tournament 2003. Para que o olho humano não perceba falhas em um vídeo, é necessário que a imagem seja mostrada a pelo menos 24 quadros por segundo.
O clock do barramento processador-memória do XP 2600+ é de 266 MHz e está um pouco abaixo do fornecido pelos modelos topo de linha das placas-mãe atuais. No XP 2800+, o clock foi aumentado, atingindo 333 MHz.
Durante os testes foram instalados dois sistemas operacionais: Windows XP e Linux RedHat 8.0. Com o primeiro, a instalação foi bem-sucedida, o processador demonstrou boa performance e a máquina não travou. O processador foi reconhecido imediatamente pelo Linux RedHat 8.0.
Os processadores Athlon XP são destinados a quem deseja maior poder de processamento e está disposto a pagar por isso. Vale lembrar que embora o processador seja o principal elemento do computador, o desempenho da máquina se deve também a outros elementos -placa-mãe, memória, placa de vídeo e disco rígido. Se um processador de alta performance for montado em um sistema com componentes de baixa qualidade, isso reduz a performance do computador e significa desperdício de investimento.
Uma característica dos processadores da AMD é o competitivo custo-benefício. O valor do Athlon XP 2600+ está em torno de U$ 297 (para lotes de mil unidades), um preço atraente frente aos chips similares da Intel.


Dilvan Moreira é Ph.D. em engenharia eletrônica pela University of Kent at Canterbury, Inglaterra, e trabalha no programa de pós-graduação do Depto. de Ciências de Computação e Estatística do ICMC-USP. Odemir Martinez Bruno é professor-doutor e pesquisador do ICMC-USP e atua em visão artificial e computação paralela. Colaborou Christian César Bones.


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