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BILL GATES
Existe vida em outros planetas?
Pergunta - Existe vida em
outros planetas? Será que estamos sozinhos no universo?
Será que queremos ser sós?
Arlene (solutions@international.livgroup.com)
Resposta - Não sou especialista nisso, mas me parece bastante provável que exista muita vida no universo. Também é muito provável que não fiquemos
sabendo nada sobre isso ainda
durante nossas vidas.
Até poucos anos atrás, só tínhamos certeza da existência
dos planetas de nosso próprio
sistema solar, entre todos os outros. Os astrônomos teorizavam
sobre a existência de muitos outros planetas em outros lugares,
mas não dispunham de provas.
Se existissem poucos planetas,
as chances de haver vida em outras partes do universo seriam
grandemente reduzidas.
Agora os cientistas já detectaram a presença de planetas em
volta de muitas estrelas. Parece
que uma porcentagem considerável dos sistemas solares possui
planetas. É possível que existam
bilhões deles.
Com tantos planetas, é provável que exista vida em muitas
partes do universo, a não ser
que o desenvolvimento da vida
envolva fatores de surgimento
altamente improváveis.
É claro que, mesmo que o universo esteja repleto de vida, é
extremamente improvável que
nós -nossos filhos ou netos-
venhamos a descobrir algo sobre isso.
A distância que nos separa dos
outros sistemas solares é tão
grande que as chances de conseguirmos detectar sinais de vida
são pequenas, pelo menos com a
ciência de que dispomos hoje.
Não dou crédito às histórias
sobre discos voadores, mas o fato de tantas pessoas acreditarem nelas é indicativo de um
desejo amplamente presente de
crer que não estamos sós no
universo.
Pergunta - Você tem animais
de estimação? Les Magda
(lmagda@netroute.net)
Resposta - Não. Mas tenho
certeza de que meus filhos vão
querer ter bichinhos de estimação. Quando ficarem mais velhos, teremos alguns.
Pergunta - Você prevê um futuro no qual a tecnologia de
codificação e a aprovação de
novas leis possam concretizar
a possibilidade do voto on line
em eleições presidenciais? Se
isso acontecer, de que maneira
pode modificar a percepção
que as pessoas têm da Internet
e da política? Christian Oppel,
(uzs84g@ibm.rhrz.unibonn.de)
Resposta - A codificação não é
problema quando se trata do
voto on line. O problema que
pode surgir é o da autenticação,
ou seja, determinar se o eleitor é
quem afirma ser.
Os cidadãos -nos EUA, pelo
menos- não possuem uma senha que possam utilizar em seu
diálogo com o governo.
Quando você, o cidadão, telefona para um órgão do governo,
o burocrata que atende a ligação não tem meios de saber ao
certo quem você é. Quando você
envia um e-mail ao mesmo órgão, é a mesma coisa: você pode
ou não ser quem afirma ser.
Quando você faz transações
comerciais no papel, existe um
mecanismo de autenticação
-sua assinatura. Ele não chega
a ser à prova de fraudes, mas,
na prática, funciona bastante
bem. A assinatura é o método
de autenticação normalmente
usado ao votar em alguém.
A autenticação on line hoje
normalmente assume a forma
de senhas, mas aparelhos biométricos como leitores de impressões do polegar ou "impressões vocais" vão ganhar importância.
Quando a autenticação on line melhorar suficientemente, os
governos poderão facilitar a vida do eleitor, abrindo a possibilidade de o eleitor votar de
qualquer lugar.
A probabilidade é que suba o
nível de participação dos eleitores e que eles passem a saber
mais sobre as próprias eleições.
Hoje, uso o e-mail para pedir
o conselho de pessoas em quem
confio quando preciso votar em
eleições nas quais não estou
bem informado sobre os candidatos.
Procuro ajuda porque não
quero ser um eleitor mal informado. A Internet vai facilitar
muito a minha vida e a de todas
as outras pessoas que a usam
para se manter informadas.
Manuais eleitorais vão descrever as plataformas dos candidatos e fornecer as listas de entidades e pessoas que apóiam cada
chapa, desde grupos ecológicos
até partidos políticos, passando
por amigos interessados em divulgar suas opiniões. Será muito fácil ser um eleitor bem informado.
Pergunta - Como gerente,
um de meus subordinados é
um vendedor que trabalha para nossa empresa há anos.
Suas vendas são muito fracas,
e sua atitude profissional é
ainda pior. Ele provoca o fracasso da maioria de minhas
reuniões e não segue nenhum
dos conselhos que lhe dou.
Não quero demitir uma pessoa que fez um bom trabalho
no passado, mas que perdeu
suas habilidades. Não quero
ser o vilão da história. O sujeito do qual estou falando é uma
ótima pessoa. Você tem alguma sugestão a me dar?
Remetente anônimo
Resposta - Você se encontra
em posição difícil, porque tanto
a atitude quanto os resultados
obtidos pelo vendedor são muito ruins. Ele tem boas razões para demonstrar uma reação negativa.
Sente-se com ele e discuta
francamente o que ele gosta de
fazer e o que não gosta. Deixe
que ele expresse suas queixas.
Procure descobrir o que o está
incomodando e qual seria um
resultado positivo para ele -ou
se é sequer possível haver algum
resultado positivo para ele.
O desafio, para você, é criar
uma situação capaz de fazer esse vendedor mudar de atitude, e
ver se essa mudança terá efeito
sobre seus resultados.
Diga a ele que, para conservar
o emprego, ele terá de determinar algumas metas e atingi-las.
Boa sorte.
Bill Gates, presidente do conselho da Microsoft,
maior produtora mundial de software para computadores pessoais, alterna artigos e respostas a
cartas dos leitores. Será dada preferência a cartas com assuntos de interesse geral. Cartas não
publicadas não terão resposta.
Tradução de
Clara Allain.
Cartas para Bill Gates, datilografadas em inglês,
devem ser enviadas à Folha, caderno Informática -al.
Barão de Limeira, 425, 4º andar, CEP 01202-900, São Paulo, SP- ou pelo fax (011) 223-1644.
E-mail: askbill@microsoft.com
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