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reportagem de capa
"Guerra" leva volume de discos às alturas
NO TALO Álbum mais recente do Metallica é tão alto que instrumentos acabaram distorcidos, afirmam fãs e especialistas
DA REPORTAGEM LOCAL
"Death Magnetic" (2008), o
álbum mais recente do Metallica, foi recebido com resenhas
favoráveis. Num aspecto técnico, porém, virou alvo de críticas
pesadas: segundo fãs e especialistas, artifícios usados para fazer o disco soar mais alto acabaram por distorcer exageradamente o som dos instrumentos.
O caso é mais um capítulo da
"loudness war" (guerra da altura). Trata-se de uma tendência,
iniciada em meados da década
de 1990, de produzir discos
com volume cada vez mais alto
e constante ao longo das faixas
-o objetivo é prender a atenção do ouvinte, dividida entre
múltiplas atividades simultâneas, como usar o computador.
Para entender o fenômeno,
experimente ouvir um disco
dos Beatles, produzido nos
anos 1960, e, logo depois, um do
Fall Out Boy, desta década -a
diferença de volume é gritante.
O caso do Metallica se tornou
ainda mais curioso quando fãs
afirmaram que a versão do disco lançada no jogo Guitar Hero
soa melhor do que o CD.
Um vídeo (tinyurl.com/metaldm) demonstra claramente
as discrepâncias entre as versões -no Guitar Hero, é possível distinguir muito melhor cada um dos instrumentos, e o
som dos pratos da bateria, por
exemplo, é bem mais límpido.
"Temos que deter a guerra da
altura antes que todo CD que
ouvimos nos dê uma dor de cabeça nos primeiros três minutos", escreveu o engenheiro de
masterização e produtor musical britânico Ian Shepherd em
seu blog (mastering-media.
blogspot.com).
(RAFAEL CAPANEMA)
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