São Paulo, quarta-feira, 25 de agosto de 2004

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MÚSICA

iPod tem metade do tamanho de um maço de cigarros

Ultracompacto, tocador portátil armazena o equivalente a 60 CDs

BRUNO GARATTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Apple não inventou o toca-MP3. Quando o primeiro iPod foi criado, em 2001, dezenas de fabricantes já disputavam o setor de tocadores portáteis. Hoje, o iPod e seus descendentes são líderes de vendas, com 50% do mercado norte-americano. A reportagem testou o iPod Mini, que está chegando ao Brasil.
Ele é muito pequeno -tem 5x9,1x1,2 cm, metade do tamanho de um maço de cigarros-, mas oferece alta capacidade: 3,74 Gbytes, espaço suficiente para aproximadamente 60 CDs, ou 750 músicas de cinco minutos (no formato MP3 com taxa de bits de 128 Kbps, que proporciona qualidade sonora razoável).
A lista de músicas, que podem ser agrupadas por título, intérprete ou álbum a que pertencem, é exibida num visor de cristal líquido -bem maior do que o embutido no tocador concorrente Philips HDD060.
Para selecionar o repertório desejado, você usa uma "rodinha" que fica no painel frontal. Além de facilitar o manejo do aparelho, essa peça, que é exclusiva da linha iPod, contribui para o design, pois reúne as funções de sete botões. Outro detalhe único é o recurso Playlists On The Go, que permite criar seqüências de músicas (playlists) no próprio aparelho. Ou seja: você não precisa ficar definindo seus repertórios no PC.
O iPod Mini traz embutidos quatro joguinhos simplórios.
A conexão com o micro pode ser feita via cabo FireWire ou USB 2.0, e o tocador é compatível com Windows e Macintosh. Nos testes realizados com cabo FireWire, a transferência de músicas foi rápida (o iPod Mini demorou 25 segundos para gravar o equivalente a uma hora de música), mas a instalação no Windows XP foi imperfeita. O sistema voltou a pedir a instalação do iPod depois que ele já estava configurado, o que é típico do Windows, e o programa iTunes, que gerencia a conexão com o iPod Mini, se recusou, em algumas ocasiões, a transferir músicas, exigindo a reconexão do cabo FireWire.
A qualidade de som do tocador é excelente, similar à obtida num PC de mesa com placa de som off-board (separada da placa-mãe), mas os fones de ouvido são ruins. Aumentar um pouco o volume é o suficiente para causar fortes distorções nos sons graves. Se você pretende adquirir o iPod Mini, considere a troca dos fones por modelos melhores, como o Sennheiser MX 300 (R$ 41; www.playtech.com.br) ou o Philips SBCHE250 (R$ 23,90; www.philips.com.br).

Autonomia
O iPod Mini usa uma bateria recarregável que, segundo a Apple, tem autonomia de oito horas. Nos testes realizados, ela foi além: chegou a oito horas e 51 minutos, marca bastante aceitável mesmo para quem usa o aparelho diariamente (você pode deixá-lo recarregando numa tomada enquanto dorme). O método empregado na medição é exigente -volume a 75%, reforço de graves ligado e função Shuffle, que embaralha a ordem das músicas, ativada. Se você ouvir músicas em seqüência, poderá conseguir autonomia um pouco maior, pois o disco rígido embutido no iPod Mini será menos exigido, e uma redução de volume também pode influir.
A bateria é boa, mas não é eterna. Segundo a Apple (www.apple.com/batteries/ipods.html), ela começa a fraquejar após 400 ciclos de carga e descarga -o que, para quem usa o aparelho três horas por dia, resulta em aproximadamente quatro anos. Parece muito, mas há usuários norte-americanos que precisaram trocar as baterias de seus iPods de primeira geração após dois anos. A Apple brasileira não informou o preço do serviço, que nos EUA custa US$ 99 (mais de um terço do preço do tocador nos EUA, US$ 249).
Para quem gosta de música, o iPod Mini é extremamente atraente. Seu único defeito, tirando as falhas contornáveis mencionadas, é a ausência de microfone embutido (que existe nos iPods maiores e permite usá-los como gravadores de voz). Infelizmente, o preço -R$ 1.890; www.apple.com.br- mantém o aparelho fora do alcance da maioria dos potenciais compradores.


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