São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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TESTE USP

Micro destinado a vendas em campo tem tela sensível ao toque; bateria apresenta poucas horas de durabilidade

Performance de subnotebook é razoável

DILVAN DE ABREU MOREIRA
ESPECIAL PARA A FOLHA

O micro portátil Atlam Jr. (www.atlam.net) aumenta a variedade de tipos de computador móvel no mercado brasileiro por ser um dos únicos modelos nacionais a se enquadrar na categoria subnotebook. Tem tela sensível ao toque (touch screen) e apresenta algumas funcionalidades de um Tablet PC.
Um subnotebook é um notebook, com dimensões e peso reduzidos, que não tem nenhuma unidade de disco flexível ou CD-ROM. Ele alia um bom poder de processamento à compatibilidade com a plataforma Intel.
O Atlam Jr. avaliado (com Windows 98) oferece uma performance razoável em tarefas que incluem navegar na internet e utilizar aplicações como o Office.
Porém seu acabamento estético deixa a desejar se comparado aos concorrentes importados.
Os manuais são muito superficiais e apresentam erros. Com o Windows XP, recomenda-se acrescentar 128 Mbytes de memória para diminuir os acessos a disco, aumentar a performance e reduzir o consumo de energia.
O equipamento tem como público-alvo executivos em constante locomoção e automação de áreas de força de vendas. Ele foi capaz de executar os programas do Office sem problemas, mas a Atlam não forneceu nenhuma lista de software para automação de vendas com esse equipamento.
Com um teclado reduzido e tela LCD sensível ao toque de 8,4 polegadas (acompanhada por uma caneta, semelhante às encontradas em palmtops), ele certamente tem o hardware básico para esse tipo de aplicação.
Como na maioria dos computadores de tamanho reduzido, o teclado apresenta dificuldades para digitação. Ele tem uma barra de espaço que só funciona bem se pressionada no centro e não tem as duas teclas reservadas do Windows (para acesso à barra Iniciar e a menus pop-up).
O uso da tela sensível ao toque, como opção para substituir o mouse, não é totalmente satisfatório, pois há uma variação de precisão de até 2 mm. Ou seja, ao encostar a caneta em determinado ponto da tela, o cursor pode aparecer a cerca de 2 mm de onde o usuário desejava. Isso dificulta a navegação na internet, mas é o suficiente para tarefas como exibir apresentações de slides ou navegar por interfaces com menus de botões grandes. Uma ferramenta simula o botão direito do mouse.
O Atlam Jr. não permite posicionar a tela sobre o teclado ou girar a imagem mostrada na mesma, como alguns Tablet PCs fazem. Além do driver, nenhum aplicativo específico para o uso com a tela sensível ao toque acompanha o produto.
Quanto à durabilidade da bateria, esse modelo mostrou-se ineficaz em relação a notebooks de maior porte e em relação a subnotebooks do mercado internacional. Ele pode ser adquirido com duas opções de bateria Lithium-Ion: com uma hora ou duas horas de funcionamento (supondo o uso de aplicativos que não exijam muito uso do processador).
Há três opções de processador: Intel Mobile Celeron de 600 MHz, 650 MHz ou o Pentium III SpeedStep de 650 MHz.
Assim o grande vilão responsável pelo consumo de energia e pela baixa autonomia da bateria do modelo testado é, provavelmente, o processador usado pelo Atlam Jr. O Mobile Celeron não tem a tecnologia SpeedStep da Intel, que reduz a frequência do processador quando é detectado o uso da bateria. Para amenizar esse problema, a empresa oferece um kit que permite recarregar a bateria pelo acendedor de cigarros do carro por US$ 90.
Devido à escolha de processador e da controladora de vídeo 3D, o modelo testado apresentou temperaturas elevadas, tornando o toque em algumas áreas desconfortável. Para lidar com parte do calor gerado, o micro usa uma ventoinha (cooler), que tem um nível de ruído que pode ser inconveniente. Um incômodo extra nos testes: quando o computador travava, era necessária a retirada da bateria para reinicializá-lo. Felizmente ela é de fácil acesso.
O Atlam Jr. possui uma ampla variedade de conexões de entrada e saída de dados, sendo possível conectar praticamente qualquer tipo de dispositivo externo.
Além disso, o modem e a controladora de rede on-board facilitam a conexão a redes locais e à internet. O micro também tem um conector que permite acoplá-lo a uma base (dock station).
O modelo testado veio com uma dock station com unidade de disquete, CD-ROM, porta para impressora, porta para mouse serial e duas portas PS/2.
O uso desse dispositivo diminuiu substancialmente a duração da bateria, principalmente quando o CD-ROM é acionado. É recomendável usar a base com o computador conectado à rede elétrica. Problema semelhante pode ocorrer com o uso de dispositivos USB que consumam muita energia, como impressoras portáteis e scanners.

Instalação
O modelo testado já veio configurado de fábrica com o Windows 98 em português, mas sem o CD-ROM com o sistema operacional. Usamos discos próprios para testes de restauração e de instalação do Windows XP.
Como se trata de um computador portátil, que utiliza componentes presentes em notebooks convencionais, não existem grandes problemas que dificultem a instalação de sistemas operacionais como o Windows 98 e XP. No entanto é sempre bom ter a última versão dos drivers que controlam os dispositivos do Atlam Jr.
Infelizmente o acesso a drivers atualizados através do site da Atlam é precário. Encontramos uma página para eles, porém eles não estavam disponíveis para download. Um bom suporte técnico agrega valor ao produto. Neste ponto a Atlam falhou.


Dilvan Moreira é doutor em engenharia eletrônica pela University of Kent at Canterbury e trabalha no programa de pós-graduação em computação do ICMC-USP. Colaborou Richard Lingner.
E-mail: dilvan@computer.org


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