|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DOMÍNIOS DA REDE
Comitê Gestor da Internet cogita reduzir preços cobrados; recursos são aplicados em pesquisas e viagens
Registro de sites brasileiros pode ficar mais barato
DA REPORTAGEM LOCAL
Para que um site consiga atrair
boa quantidade de visitantes, é
importante que ele tenha um endereço fácil de lembrar.
Atualmente, quem quer registrar um site com endereço terminado em .com.br só tem uma alternativa: pagar uma taxa anual
(R$ 50) para a Fapesp (http://registro.br), entidade do governo
paulista que coordena o registro
de domínios (endereços) na Internet brasileira.
Os recursos arrecadados pela
Fapesp são repassados ao Comitê
Gestor da Internet no Brasil (CG),
órgão ligado ao Ministério da
Ciência e Tecnologia. Embora o
presidente do comitê, Ivan Moura
Campos, considere o preço cobrado "razoável", existem discussões internas para reduzi-lo: "Se
chegarmos a uma conclusão, poderemos colocar essa mudança
em vigor no começo do ano que
vem", afirma Cassio Vecchiatti,
conselheiro do CG.
O detalhe é que a Fapesp, que é
quem presta o serviço e faz a manutenção dos computadores que
guardam os nomes de todos os sites brasileiros (aproximadamente
320 mil, segundo a entidade), fica
com uma pequena fração do dinheiro: dos R$ 10,98 milhões arrecadados pelo CG com o registro
de domínios neste ano, apenas R$ 835 mil foram para a Fapesp. Ou seja: de cada R$ 50
que o CG arrecadou, menos de R$
4 foram efetivamente usados no
serviço pelo qual você pagou.
Todo o resto vai para o Comitê
Gestor, que, apesar de contribuir
com projetos de pesquisa como as
RMAV, redes que serão usadas
por universidades públicas para
se conectar à Internet 2 (versão de
altíssima velocidade da Internet
tradicional), acumula um superávit que já chega a R$ 20 milhões.
Analisando as contas do comitê,
no entanto, surge um outro ponto
interessante: até o mês de setembro, os 12 membros da sua diretoria gastaram mais de R$ 218 mil
em viagens e congressos.
Essa quantia equivale a 73,8%
dos gastos com equipamentos
usados para fazer o registro de endereços, que foram de aproximadamente R$ 295 mil durante o
mesmo período.
Em 1999, a prioridade, pelo menos em termos de gastos, foi invertida: enquanto o CG gastou R$
262 mil com viagens, investiu apenas R$ 29 mil em equipamentos.
Desde 1998, o comitê já gastou
R$ 512 mil com viagens e investiu
R$ 325 mil em equipamentos.
Vecchiatti não considera isso
um problema: "Nós temos R$ 20
milhões em caixa. Esses R$ 512
mil equivalem a uns 2,5%. É nada". Além de cobrir gastos com
viagens a congressos internacionais, a verba é gasta em passagens
para que os 12 conselheiros (que
moram em vários Estados) possam se reunir mensalmente: "Nós
não recebemos nada pelo trabalho, então não seria justo que gastássemos do nosso bolso com viagens para as reuniões", diz Vecchiatti.
"Os recursos não podem ser
gastos apenas com viagens e pessoal", afirma Joaquim Falcão,
professor de direito na UFRJ
(Universidade Federal do Rio de
Janeiro) e crítico do sistema de registros adotado no Brasil.
Segundo ele, outras empresas e
fundações públicas deveriam ser
autorizadas a prestar o serviço:
"Se houvesse competição, o serviço poderia ser melhor", acredita.
Sem pagar
Nos Estados Unidos, existe uma
companhia que faz o serviço de
graça. É a Namezero (www.namezero.com), que fornece gratuitamente endereços terminados
em .com, .net ou .org. Se você quiser um, visite o site da empresa e
preencha os formulários. Digite
corretamente seus dados pessoais, pois eles são checados antes
da liberação do endereço.
A empresa também irá verificar
se o domínio que você solicitou
não foi registrado por outra pessoa. Se ele estiver disponível, você
receberá e-mails que confirmarão
o pedido e trarão instruções para
configurar seu novo endereço.
Para custear o serviço, a Namezero coloca uma barra com anúncios na parte de baixo das telas do
seu site.
A empresa não oferece programas de construção de sites ou espaço para hospedar suas páginas,
mas você pode consegui-los visitando endereços como http://vila.bol.com.br, http://br.
geocities.com e www.tripod.com.br.
(BG)
Texto Anterior: Impeça recebimento de "cookies" Próximo Texto: Microsoft lança consertos para programas Índice
|