São Paulo, quarta-feira, 25 de outubro de 2006

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Medalhista brasileiro diz que pensou em abandonar carreira de ciberatleta

DO ENVIADO ESPECIAL

Para chegar até o pódio em Monza, com a medalha de prata em Warhammer 40.000: Winter Assault, game de estratégia em tempo real, Gregório Xavier Marinheiro Costa, 22, o "deathgun", abriu mão do trabalho e da faculdade para se dedicar à carreira. Ainda sob o impacto da conquista da medalha, ele falou à Folha sobre o desafio de ser ciberatleta no Brasil. (TA)

 

FOLHA - Qual a importância da medalha de prata para você?
GREGÓRIO XAVIER MARINHEIRO COSTA
- Em 2005, fui eliminado na primeira fase, quando esperava perder apenas para o campeão. Isso me frustou. Agora, o que fez a diferença foi a experiência e um pouco mais de humildade e de sorte. O segundo lugar influenciará as decisões sobre o meu futuro. Já pensei em parar dezenas de vezes, mas sempre aparece um torneio em que eu gosto de competir. Então, acabo sempre postergando a aposentadoria.

FOLHA - Por que pensar em parar?
COSTA
- Falta de incentivo. Sem um bom patrocínio, não tem como jogar, ainda mais se for aliar trabalho e estudo. Além disso, a qualidade da conexão é outro problema: quem decide se você será ou não competitivo nos torneios de que participa são as empresas de telefonia do Brasil.

FOLHA - Diante desses problemas, como explicar o desempenho relativamente bom dos brasileiros?
COSTA
- Eu me pergunto isso todos os dias. Não sei como podemos ganhar de pessoas que têm internet praticamente de graça e que são levadas a sério onde moram pelo trabalho que exercem. Talvez seja porque, na hora do aperto, o brasileiro se vire melhor que os demais jogadores. O brasileiro tem tudo contra: é como se fosse participar de uma corrida carregando 50 quilos nas costas.


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