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software
Vista foi criticado dentro da Microsoft por funcionários
EU JÁ SABIA > Executivos apontaram problemas como falta de compatibilidade e pouca clareza nos requisitos de hardware para executar recursos gráficos pesados
RANDALL STROSS
DO "NEW YORK TIMES"
Um ano depois do lançamento do Windows Vista, por que
tantos usuários o recusam?
Segundo a Microsoft, o fator
dissuasório são os altos preços.
Tanto que, no mês passado, a
empresa abaixou valores de
versões do sistema.
Uma teoria alternativa reza
que a reputação do Vista não o
ajuda. Vejamos uma história do
começo de 2007. Jon colocou o
Vista em duas máquinas. Então
descobriu que a impressora e
outros produtos não funcionavam; precisou voltar para o
Windows XP em um dos PCs
para usar os periféricos. Quando Steven ficou sabendo das dificuldades, disse: "Tem acontecido com todo o sistema".
Há ainda o caso de Mike, que
comprou um laptop com o adesivo "Compatível com Windows Vista". Sendo assim, acreditou que executaria os programas favoritos da Microsoft, como o Movie Maker.
"Eu me lasquei", disse. O novo laptop não possui o chip gráfico requerido e tampouco executa seu programa favorito de
edição de vídeo, ou qualquer
outra coisa que não uma versão
claudicante do Vista. "Eu possuo hoje uma máquina de e-mail de US$ 2.100", contou.
Acontece que Mike pode ser
tudo, menos um usuário inexperiente. O nome dele é Mike
Nash, vice-presidente da Microsoft para o desenvolvimento
de produtos. Jon responde por
Jon A. Shirley, membro do quadro de diretores da Microsoft. E
Steven é Steven Sinofsky, vice-presidente sênior da empresa.
As declarações deles constam de uma série de comunicados internos da Microsoft. Uma
ação jurídica iniciada contra a
empresa, em março de 2007,
nos EUA, obrigou a divulgação
de documentos internos.
Os autores da ação alegam
que o "Compatível com Windows Vista" é enganoso quando
colocado em PCs incapazes de
executar as versões que têm os
recursos alardeados pela Microsoft como sendo as vantagens características do Vista.
Entre as mensagens, há queixas de altos executivos da Microsoft transformados em
usuários insatisfeitos do Vista.
Hoje, a empresa gaba-se de
ter o dobro de drivers disponíveis do que quando do lançamento do sistema. Mas a performance e os recursos gráficos
continuam a ser um problema.
Crônica de um sistema
As mensagens revelam uma
tragédia. Primeiro ato: em
2005, a Microsoft quer deixar
claro que apenas os PCs equipados para lidar com as exigências gráficas estão "Prontos para o Vista".
Segundo ato: no começo de
2006, a Microsoft decide deixar
de lado os pré-requisitos de
hardware relacionados com a
parte gráfica. Realiza-se um
ajuste semântico. No lugar de
"Pronto para o Vista", um PC
será descrito como "Compatível com Windows Vista", o que,
supostamente, não sinaliza
promessas. "Até mesmo uma
porcaria poderia se qualificar",
disse Anantha Kancherla, gerente de programas da Microsoft, em um e-mail interno.
O cenário já havia sido antecipado. Em fevereiro de 2006,
depois de a Microsoft ter abandonado seus planos de reservar
o selo de "Compatível com
Windows Vista" apenas para os
PCs mais potentes, seus próprios funcionários previram
uma onda de reclamações.
"Seria menos dispendioso
agir corretamente com os
clientes agora, do que gastar vários dólares no final tentando
consertar o problema", disse
Robin Leonard, gerente de vendas da Microsoft, em um e-mail
enviado a seus superiores.
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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