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Difusão de vírus interrompeu circulação de trens e afetou usina nuclear nos EUA; tráfego de dados na rede resistiria a desastre
Ataque on-line já parou serviços públicos
DA REPORTAGEM LOCAL
A internet, que foi projetada para comunicação militar, tem
meios de resistir a ataques, mas isso não impede que ela seja usada
como instrumento em ações terroristas destinadas a interferir
com serviços públicos essenciais.
Embora as redes mais críticas geralmente não tenham ligação direta à internet, o que impediria
ataques on-line, há exceções.
Na última quarta-feira, um vírus travou os sistemas da empresa
ferroviária CSX Transportation,
obrigando a companhia a interromper a circulação de trens em
Washington D.C., capital dos
EUA. Dez trens foram afetados,
sofrendo atrasos de duas a seis
horas. Na véspera, a companhia
aérea Air Canada havia sofrido
um problema similar, criando
uma fila com milhares de passageiros no aeroporto de Vancouver (Canadá).
Além disso, segundo reportagem (
www.securityfocus.com/news/6767) do respeitado site
SecurityFocus, um vírus penetrou
na rede interna da usina nuclear
Davis-Besse, em Ohio, durante o
mês de janeiro. O vírus travou o
painel de controle da usina, que
demorou quatro horas para voltar ao normal. Como a usina está
desativada desde 2002 e também
tem um sistema de controle analógico, nada aconteceu.
A internet em si possui características que a tornam capaz de sobreviver a ataques físicos: como
os pacotes (blocos de informação
digital) podem ser transmitidos
fora de ordem e por vários caminhos, a destruição de linhas de
transmissão e pontos de controle
de tráfego não interromperia totalmente o fluxo de dados.
Mas, na prática, existem algumas fraquezas. Os ataques do tipo
Distributed Denial of Service
(DDoS), por exemplo, são comuns: sites como o portal Yahoo!
e, mais recentemente, uma página
da Microsoft já foram alvo desses
ataques. Mas os DDoS só conseguem parar páginas isoladas.
Um aparente ponto crítico está
no centro de controle da empresa
Network Solutions, nos EUA.
Em outubro de 2002, um ataque
tentou travar os 13 computadores
da Network Solutions que armazenam as informações do Domain Name System (DNS), sistema encarregado de traduzir os
endereços digitados pelos internautas (www.meusite.com.br,
por exemplo) nos códigos numéricos que realmente identificam a
localização das páginas da rede
(200.220.25.150, por exemplo).
O ataque, cuja procedência não
foi divulgada, falhou. Além disso,
as informações do DNS são copiadas por diversos provedores e
empresas distribuídas pelo mundo, reduzindo o impacto de um
eventual acidente.
(BG)
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