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São Paulo, quarta-feira, 27 de agosto de 2003

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Difusão de vírus interrompeu circulação de trens e afetou usina nuclear nos EUA; tráfego de dados na rede resistiria a desastre

Ataque on-line já parou serviços públicos

DA REPORTAGEM LOCAL

A internet, que foi projetada para comunicação militar, tem meios de resistir a ataques, mas isso não impede que ela seja usada como instrumento em ações terroristas destinadas a interferir com serviços públicos essenciais. Embora as redes mais críticas geralmente não tenham ligação direta à internet, o que impediria ataques on-line, há exceções.
Na última quarta-feira, um vírus travou os sistemas da empresa ferroviária CSX Transportation, obrigando a companhia a interromper a circulação de trens em Washington D.C., capital dos EUA. Dez trens foram afetados, sofrendo atrasos de duas a seis horas. Na véspera, a companhia aérea Air Canada havia sofrido um problema similar, criando uma fila com milhares de passageiros no aeroporto de Vancouver (Canadá).
Além disso, segundo reportagem ( www.securityfocus.com/news/6767) do respeitado site SecurityFocus, um vírus penetrou na rede interna da usina nuclear Davis-Besse, em Ohio, durante o mês de janeiro. O vírus travou o painel de controle da usina, que demorou quatro horas para voltar ao normal. Como a usina está desativada desde 2002 e também tem um sistema de controle analógico, nada aconteceu.
A internet em si possui características que a tornam capaz de sobreviver a ataques físicos: como os pacotes (blocos de informação digital) podem ser transmitidos fora de ordem e por vários caminhos, a destruição de linhas de transmissão e pontos de controle de tráfego não interromperia totalmente o fluxo de dados.
Mas, na prática, existem algumas fraquezas. Os ataques do tipo Distributed Denial of Service (DDoS), por exemplo, são comuns: sites como o portal Yahoo! e, mais recentemente, uma página da Microsoft já foram alvo desses ataques. Mas os DDoS só conseguem parar páginas isoladas.
Um aparente ponto crítico está no centro de controle da empresa Network Solutions, nos EUA.
Em outubro de 2002, um ataque tentou travar os 13 computadores da Network Solutions que armazenam as informações do Domain Name System (DNS), sistema encarregado de traduzir os endereços digitados pelos internautas (www.meusite.com.br, por exemplo) nos códigos numéricos que realmente identificam a localização das páginas da rede (200.220.25.150, por exemplo).
O ataque, cuja procedência não foi divulgada, falhou. Além disso, as informações do DNS são copiadas por diversos provedores e empresas distribuídas pelo mundo, reduzindo o impacto de um eventual acidente. (BG)


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