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MÚSICA
Criadores do WinMX, do BearShare e do eDonkey param de distribuir softs de troca; redes continuam funcionando
Ultimato das gravadoras ameaça redes
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sete empresas que mantêm redes de trocas de arquivos receberam um ultimato da Riaa (www.riaa.com), entidade que representa a indústria fonográfica norte-americana: ou tiram seus sites
do ar ou vão encarar a Justiça, que
já classificou o compartilhamento
de arquivos como crime neste último mês de junho.
A reação imediata das notificações foi a suspensão da distribuição dos programas WinMX,
BearShare e eDonkey. Esse último, segundo estudo da empresa
Cache Logic (www.cachelogic.com), movimenta o equivalente a
51% do total de dados que circulam pelas redes da atualidade.
Os nomes das outras quatro
empresas notificadas não foram
divulgados pela Riaa.
A ação da indústria fonográfica
não é totalmente efetiva. Devido a
natureza descentralizada das redes ponto a ponto (P2P), mesmo
que as empresas sejam fechadas,
os usuários podem continuar a se
conectar uns com os outros.
Dessa forma, apenas os possíveis novos usuários são afetados
imediatamente pelas ações enviadas pela Riaa.
Os efeitos a longo prazo, entretanto, serão bem mais severos.
Para o vice-presidente da empresa Loudeye, Marc Morgenstern, certamente haverá um enorme realinhamento das empresas
de troca depois das cartas enviadas pela Riaa. "Todos verão as
conseqüências, pois a decisão torna difícil a existência dessas empresas", diz.
Saída honrosa
Enquanto isso, os responsáveis
pelas redes de troca se negam a
comentar o assunto.
Dias antes dos ataques judiciais,
o "Wall Street Journal" noticiou
que algumas das principais empresas que mantêm redes de troca
receberam propostas de compra.
A interessada seria a Mashboxx
(www.mashboxx.com), uma
parceira da Sony e da BMG, e o
primeiro negócio a ser concretizado provavelmente seria a aquisição da rede Groskter, que foi encerrada após decisão judicial neste último mês de junho.
A StreamCast Network, que distribui o programa Morpheus,
também estaria próxima de um
acordo. O intuito da Mashboxx
seria mudar o funcionamento das
redes ilegais, que cobrariam pelos
downloads e respeitariam as leis
de proteção dos direitos autorais.
Cobiça
Os interesses comerciais da indústria fonográfica incomodam
até quem usa a internet para vender músicas legalmente.
Durante um evento nos EUA, o
executivo da Apple Steve Jobs reclamou da cobiça das gravadoras.
Segundo Jobs, cuja empresa domina cerca de 70% do comércio
de músicas pela internet, a Riaa
estaria pressionando a loja iTunes
a aumentar seus preços.
Os representantes das gravadoras não negaram a informação,
mas defenderam seus pontos de
vista.
O executivo do Warner Music
Group Edgar Bronfman, por
exemplo, não concorda com o
preço único de US$ 0,99 cobrado
pela iTunes.
"Não existe no mundo conteúdo que não tenha preços flexíveis.
Nem todas as músicas são feitas
do mesmo jeito. Nem todos os álbuns passam pelo mesmo processo de criação", disse Bronfman.
(JULIANO BARRETO)
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