São Paulo, quarta-feira, 28 de setembro de 2005

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DIVERSÃO

Só duas garotas disputaram a etapa brasileira do campeonato mundial

Meninas roubam cena em torneio de games

Nelson Alves Jr./Divulgação
Pricila dos Santos disputa jogo na etapa brasileira do WCG, em Minas


THÉO AZEVEDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Duas garotas, 152 marmanjos dos quatro cantos do país, um psicólogo e um amplo séquito de técnicos, acompanhantes e observadores se encontraram no último final de semana em Belo Horizonte para a disputa de 15 vagas para o World Cyber Games (WCG), uma espécie de olimpíada dos jogos eletrônicos, cuja final acontecerá em Cingapura, em novembro, e dará US$ 400 mil aos vencedores.
No ginásio do Minas Tênis Clube, que já foi palco para a final de um mundial de vôlei, Pricila Lameira dos Santos, 19, e Janaína de Lima Silva, 22, chamavam a atenção e viraram as musas da etapa brasileira do WCG. As duas jogam Need for Speed Underground 2 pela equipe NOS7.
"Tem gente que faz piadinha, mas nós estamos mostrando na pista o que as mulheres estão fazendo", diz Santos. Nessa que foi sua primeira competição oficial, ficou entre os seis melhores, mas não se classificou.
A colega de equipe também acabou de fora. Disse que foi prejudicada pela algazarra. "As pessoas olhando me tiraram a concentração, me deixaram nervosa e atrapalharam bastante. Ficamos um pouco sem jeito", diz.
Ela acha que os garotos, quando a enfrentam, "pegam mais leve", procurando desviar no caso de ultrapassagens, por exemplo. O estilo feminino ao volante virtual também é diferente, na sua opinião: "A mulher é mais detalhista, se concentra e repara mais no traçado das pistas".
Em suma, nada muito diferente do mundo real. Aliás, a preparação dos ciberatletas também copia, em vários aspectos, a dos jogadores de esportes tradicionais. Uma equipe levou até psicólogo para o ginásio mineiro.
"Os grandes temas são os mesmos trabalhados com qualquer atleta, ou seja, ansiedade, motivação, tensão, aproveitamento do treinamento e qualidade da produção", diz o psicólogo Alberto Godinho Negrão, 48, que já trabalhou com equipes de vôlei e há quase dois anos acompanha atletas do teclado.
Mas há diferenças: "Um leve tremor no mouse, por exemplo, pode influenciar, então é preciso estar com a mão firme e bem consciente do que está fazendo".
A equipe de Counter-Strike G3X e Thiago Carriço, 22, todos pacientes do profissional, vão para Cingapura. A lista com os brasileiros classificados está em www.worldcybergames.com.br.


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