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Videogames podem ser a nova MTV, afirmam produtores
ERICA NAONE
DA "TECH REVIEW"
Em se tratando de música,
sempre houve mais atividades
envolvidas do que simplesmente a de ouvir. As pessoas dançam, cantam juntas e, ultimamente, tocam juntas também,
por meio de videogames como
Dance Dance Revolution, Guitar Hero e Rock Band.
Enquanto a venda de CDs diminui e a indústria da música
batalha para encontrar novas
maneiras de ganhar dinheiro,
os games de computador direcionados para música desfrutam agora de grande popularidade -a franquia Rock Band
faturou mais em 2008 do que
qualquer outro game, segundo
o NPD Group, empresa especializada em análise do mercado de games.
As vendas do Rock Band também resultaram na venda de
música. Em março deste ano,
os usuários pagaram por e baixaram mais de 40 milhões de
músicas para usá-las com o
Rock Band. As bandas que aparecem nos games obtiveram
um aumento de vendas, como a
Weezer, cujo álbum de estreia
de 1994 traz músicas que constam do pacote incluído no jogo.
O Tap Tap Revenge, um game para iPhone no qual os
usuários batucam ou balançam
o dispositivo no tempo da batida da música, levou milhares de
usuários a visitar o iTunes por
meio do game a fim de comprar
as faixas, diz Bart Decrem, diretor-executivo da Tapulous, empresa dona da marca.
A iLike, uma rede de relacionamento centrada na música,
lançou o iLike Challenge (desafio iLike), um jogo de perguntas
e respostas que pede aos usuários para identificar faixas e
competir com amigos a fim de
somar pontos.
A interface do jogo facilita a
compra de faixas que estão sendo reproduzidas ou a inclusão
delas em uma lista de itens que
podem ser comprados depois.
A iLike também fechou acordos de publicidade com gravadoras, inserindo músicas de
certos artistas no jogo como
parte de promoções pagas.
Dúvida
Mas, apesar de os criadores
de games acreditarem que seu
impacto seja positivo na indústria da música, alguns analistas
afirmam que a demanda ainda
não é suficientemente grande
para justificar tal otimismo.
Sonal Gandhi, analista da
Forrester Research, diz que o
impacto dos games sobre a venda de músicas é "minimizado
pelo impacto do rádio".
A analista afirma que é por
meio das rádios que as pessoas
ainda descobrem cerca de 60%
das músicas novas que compram.
Gandhi acrescenta que as taxas de licenciamento obtidas
por meio dos games será uma
fonte de lucro importante, mas
afirma que eles não irão funcionar como o meio principal de
promover artistas.
Isso não é o que a maioria dos
fabricantes acredita. "Os games
têm o poder de se tornar a nova
MTV, e eu acho que eles já são",
disse Ali Partovi, diretor-executivo da iLike.
Tradução de
FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS
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