São Paulo, quarta, 29 de abril de 1998

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ANTITRUSTE
Corte de apelação questiona posição do governo dos EUA e da empresa de Gates que invoca livre mercado
Defesa técnica da Microsoft ganha ponto

das agências internacionais

A ofensiva antitruste disparada pelo governo norte-americano mais parecia uma competição no último dia 21, quando uma corte de apelação questionou duramente tanto o Departamento de Justiça quanto a Microsoft.
"Há uma razão para a Microsoft ficar feliz", disse Charles Rule, advogado da empresa. Para ele, a corte parecia estar mais disposta a dar crédito à defesa técnica da Microsoft do que o juiz federal.
O Departamento de Justiça acusa a Microsoft de praticar venda casada do navegador "Internet Explorer" com o sistema operacional "Windows 95", que funciona em 90% dos novos PCs. A empresa diz que criou um produto integrado, que a lei permite.
O juiz federal Thomas Penfield Jackson mandou a empresa oferecer aos fabricantes de PCs duas versões do "Win95", uma com e outra sem o ícone do "Explorer", enquanto um especialista analisaria as evidências e faria uma recomendação. A Microsoft apelou.
A empresa diz que "Explorer" e "Win95" compartilham código de programação. "Isso soa muito a uma integração", disse o juiz Stephen Williams.
Os juízes também questionaram a afirmação do Departamento de Justiça de que o "Explorer" era um produto distinto apenas por ir ao mercado em separado.
Mas a corte também pareceu suspeitar da Microsoft, que alega ter o direito de misturar produtos.
Enquanto isso, o senador Bob Dole e o juiz Robert Bork, conservadores, criaram um grupo que pretende fazer lobby contra as supostas práticas anticompetitivas da Microsoft. Entre seus membros estão Netscape, Sun e Oracle.
Para se defender, a Microsoft lançou uma nova campanha nos principais jornais dos EUA. "Dar aos usuários o que eles pedem -não é assim que o livre mercado funciona?", questiona o anúncio.



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