São Paulo, quarta-feira, 29 de julho de 2009

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Tecnologia ajuda combate ao crime

Novo laboratório de computação da polícia do Rio deve agilizar análise de equipamentos apreendidos

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

Com cerca de 700 computadores à espera de perícia, o ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, inaugurou ontem um laboratório de computação que promete agilizar a análise de equipamentos apreendidos nas investigações policiais. O investimento total no projeto foi de R$ 970 mil.
"Hoje em dia, quase todos os crimes deixam pistas em computadores ou celulares", afirma o chefe do serviço de perícia de engenharia do ICCE, Wellington Silva Filho.
"Às vezes, até um homicídio pode ser esclarecido por meio desse tipo de análise."
Apesar disso, o instituto não contava com estrutura específica para a perícia digital até a inauguração do laboratório. Em busca de informações relevantes, os profissionais tinham que vasculhar os computadores manualmente, abrindo arquivo por arquivo. "Uma coisa simples às vezes levava 20 ou 30 dias", lembra o perito.
Segundo Silva Filho, o uso de equipamentos e softwares específicos para investigação digital forense diminuirá esse tempo e garantirá resultados mais acurados.
Jaime Rodrigues, gerente da TechBiz Forense Digital, responsável pela venda dos equipamentos ao ICCE, afirma que alguns dos itens que formam o novo laboratório são os mesmos utilizados pelas polícias federais do Brasil e dos Estados Unidos.
As estações de trabalho, equipadas com um software batizado de EnCase, são capazes de processar e analisar diversas máquinas simultaneamente em busca de informações específicas.
Um outro equipamento, portátil, permite aos peritos fazer duas cópias de um disco rígido a uma velocidade média de 3 Gbytes por minuto.
Outro equipamento adquirido emite, em poucos minutos, um laudo completo sobre um celular apreendido, identificando, sem que o aparelho seja sequer ligado, os contatos da agenda, as últimas chamadas realizadas e outras informações. Até mesmo dados apagados pelo usuário podem ser recuperados.
O laboratório conta ainda com um software que faz uma varredura em computadores atrás de imagens pornográficas, o que, na opinião de Silva Filho, irá facilitar o combate à pedofilia.
"O software compara os arquivos encontrados com uma base de dados de pedofilia e, se houver semelhanças de cor, textura, formas e profundidade, ele acusa. Aí o perito tem que analisar apenas esses arquivos para eliminar o falso positivo", explica Rodrigues.


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