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consumo
CD, 25
No mundo da música, discos perdem espaço devido à proliferação do compartilhamento de arquivos via internet e ao sucesso dos toca-MP3
DA ASSOCIATED PRESS
O calendário marcava 17 de
agosto de 1982 e, um após outro, discos do tamanho da palma de uma mão e com um reluzir iridescente começavam a
sair de uma linha de montagem
em Hannover, Alemanha.
À época uma maravilha da
engenharia, os discos são hoje
facilmente reconhecidos como
Compact Discs, um produto
que completou 25 anos no dia
17 de agosto -e cujo futuro vê-se cada vez mais ameaçado devido ao surgimento dos iPods e
dos downloads digitais.
Aqueles primeiros CDs continham "Uma Sinfonia Alpina",
de Richard Strauss, e soariam
de forma igualmente fiel se tocados hoje, diz a Philips, que
desenvolveu o CD com a Sony.
A indústria da música expandiu-se velozmente nos anos
1990, quando os consumidores
trocaram seus envelhecidos
cassetes e LPs de vinil por CDs.
O CD ainda responde pela
maior fatia dos lucros da indústria da música, mas suas vendas
vêm despencando, em parte
devido à disseminação do compartilhamento de arquivos mas
também porque os consumidores gastam parte maior de seu
orçamento de lazer com outros
produtos, como DVDs e games.
Enquanto as gravadoras diminuem o preço dos CDs no
atacado e tentam reavivar o interesse pelo formato, quase não
se consegue imaginar época na
qual essa mídia não existia.
Ainda assim, houve muitos
riscos envolvidos nos esforços
para levar a tecnologia digital
de áudio até as massas, afirma
Pieter Kramer, chefe do grupo
de pesquisa óptica dos laboratórios da Philips nos anos 1970.
"Quando começamos, não
havia nada montado", disse
Kramer à Associated Press, no
museu da empresa Philips, em
Eindhoven, na Holanda.
O design dos CDs inspirou-se
nos discos de vinil. De forma
semelhante aos sulcos de um
LP, os CDs são entalhados com
uma espiral de minúsculos buraquinhos a serem lidos por um
laser. A luz refletida codifica-se
então em milhões de zeros e
uns: um arquivo digital.
Como os buraquinhos são
cobertos com plástico e os feixes de laser não os desgastam, o
CD nunca perde qualidade.
Em 1982, Philips e Sony
anunciaram que o produto estava pronto para o mercado.
Ambas começaram a vender os
aparelhos na segunda metade
daquele ano.
A Sony vendeu seu primeiro
aparelho no Japão em 1º de outubro, e a gravadora CBS fez do
disco "52nd Street", de Billy
Joel, seu primeiro lançamento.
O CD conquistou um sucesso
estrondoso. Mas "o MP3 e toda
a infinidade de pequenas bugigangas que os meninos e meninas carregam hoje em seus bolsos podem substituir o CD, certamente", disse Kramer.
As gravadoras vêm tentando
renovar o interesse pelo formato com combinações de CD e
DVD e com pacotes nos quais
há CDs e DVDs com vídeos e
atrações multimídia, com resultados mistos.
Kramer afirmou estar satisfeito por ter testemunhado a
longa vida de sucesso dos CDs e
por ter participado da criação
dele. "Nunca se sabe por quanto tempo um padrão durará",
disse. "Mas esse foi um padrão
sólido e admirável, e ainda é."
Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO
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