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inclusão digital
Windows pirata domina micro popular
PARA TODOS Segundo pesquisa, maioria dos usuários do "Computador Para Todos" instalou sistema operacional ilegal
DA REPORTAGEM LOCAL
Com seu primeiro ano recém-completado, o programa
governamental "Computador
Para Todos" ajudou as fabricantes legalizadas de PCs a superar o mercado pirata.
Quando o assunto é a licença
dos softwares dessas máquinas,
porém, a situação é bastante diferente -pelo menos segundo
dados de uma pesquisa feita no
primeiro semestre deste ano
com 502 usuários, que foi encomendada pela Abes (Associação Brasileira das Empresas de
Software), que tem sócias como
a Microsoft e a IBM.
O estudo afirma que, no primeiro mês após a compra, 73%
dos usuários dos micros populares trocaram o sistema baseado em Linux, que é gratuito e já
vem instalado nas máquinas,
pelo Windows, que é pago. A
sombra da pirataria vem de outro dado: apenas 26% dessas
pessoas pagaram pela troca.
Para o presidente da Abes,
Jorge Sukarie, o problema
ocorre pela falta de opção na
hora da compra: por lei, os micros do programa devem ter
um sistema operacional gratuito. "É preciso rever os parâmetros técnicos. Do jeito que está,
o usuário é induzido a usar
software pirata", disse. De
acordo com o Serpro ( Serviço
Federal de Processamento de
Dados), a pesquisa deveria ser
mais ampla e comparar o nível
de pirataria entre os computares comuns e os PCs populares.
"Há uma diminuição da pirataria em função do uso do software livre", declarou a assessoria do Serpro, que afirma que
não há previsão de mudanças
nos critérios do programa
"Computador Para Todos".
O preço do software também
é apontado como causa da busca ao mercado pirata. Um computador básico com sistema Linux custa por volta de R$ 1.200
-apenas o Windows XP Home
Edition custa cerca de R$ 470 e
o Office Standard 2003 sai por
mais de R$ 350.
Boa parte dos compradores
do "Computador Para Todos"
está na Classe C, ou seja, tem
uma renda familiar que se
aproxima da faixa entre R$ 900
e R$ 1.200.
S.O.S
Outra discussão relacionada
à pesquisa é sobre os motivos
que fazem com que o usuário
não mantenha o Linux na máquina. A falta de programas famosos para a plataforma aberta
e o pouco interesse das fabricantes em ensinar os usuários a
dominar o sistema estão entre
as principais causas. O incentivo tímido em ensinar aos usuários a lidar com o Linux é mais
um obstáculo importante.
De acordo com Augusto
Campos, responsável pelo site
BR-Linux.org, as versões de
Linux escolhidas pelas fabricantes, em sua maioria, não são
as melhores disponíveis. "Isso
dificulta o apoio da comunidade Linux, agravando um descontentamento com o suporte
ao software prestado pelos distribuidores".
(JB)
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