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Aula sem fio
Escolas usam tecnologia para tentar conquistar a atenção dos alunos e apresentar os conteúdos de forma mais ligada ao cotidiano deles
DANIELA ARRAIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Na lista de material escolar,
livros e cadernos dividem espaço com cartuchos para impressora e mídias de armazenamento, como CDs e DVDs.
No colégio, alunos deixam de
copiar tudo o que o professor
fala. Eles sabem que, após a aula, podem receber pela internet
um arquivo com as informações -elas ficam gravadas na
lousa digital, uma tela ligada a
um computador
que permite apresentar conteúdo
multimídia.
No intervalo entre uma disciplina
e outra, estudantes abrem seus
laptops e se conectam à internet
por rede sem fio.
A volta às aulas
em várias escolas
de São Paulo é
high-tech. Para
conquistar estudantes que já nasceram em meio a
computadores e
demais aparatos
tecnológicos, colégios investem
em equipamentos
digitais, como lousas especiais, e em
aulas interativas,
como robótica.
"O colégio não
pode ficar para
trás. Temos de
despertar o interesse do aluno",
diz Jania do Valle, diretora operacional e de informática do
Colégio Augusto Laranja. "Uma
aula multimídia consegue concorrer com videogame, televisão, som, coisas que fazem parte do dia-a-dia dos alunos."
No Augusto Laranja, além da
lousa digital, os alunos contam
com um diário óptico, em que
os professores marcam presença e ocorrências durante as aulas -por exemplo, se o aluno
esqueceu o material, se foi expulso de sala. Ao final do dia,
um leitor coleta as informações, que são enviadas aos pais.
As aulas de robótica ensinam
os alunos do Colégio Magno a
projetar, calcular e trabalhar
em grupo. Eles utilizam peças
semelhantes às do jogo Lego
para construir robôs capazes de
executar tarefas simples, como
empurrar um bola.
"A escola se aproxima do aluno quando utiliza recursos interativos. Eles usam iPod, fazem seus filmes para colocar no
YouTube. Quando observam
que a escola também oferece isso, a comunicação se
torna melhor", diz
Sérgio Maciel, coordenador de tecnologia do Magno.
Disciplinas como
geografia e matemática ficam mais interessantes com o uso de
uma estação meteorológica, no Colégio
Arquidiocesano. A
partir de dados coletados no topo do prédio, os alunos trabalham números em
planilhas de Excel.
Já o planetário "é
utilizado tanto para
aulas de inglês sobre o
zodíaco quanto para
estudo dos planetas,
do sistema solar", diz
o coordenador de tecnologia Marcus Vinicius de Souza.
Para Gilson
Schwartz, líder do
grupo de pesquisa Cidade do Conhecimento, da USP (Universidade de São Paulo),
mais do que investir em tecnologia, escolas precisam trabalhar a emancipação digital. "A
inclusão é ter acesso a um aparelho. Quando a gente fala em
emancipação, quer enfatizar
que, se você acessar de forma
passiva, terá um retorno baixo.
As pessoas têm que praticar,
inovar, perceber como a tecnologia ajuda nos estudos", diz.
Nesta edição, conheça alunos
e professores que usam a tecnologia para aprender mais.
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