|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nos Estados Unidos, ligações pela
internet abrem espaço para golpes
ANDY SULLIVAN
DA REUTERS
Como são econômicos, os programas que fazem telefonemas
via internet (VoIP) já atraíram
milhões de usuários. Agora, eles
estão atraindo ladrões de identidade, que buscam roubar números de cartão de crédito.
Alguns serviços de VoIP têm falhas que permitem aos golpistas
forjar números de telefone. Esse
truque permite que eles se passem
por bancários ou funcionários de
companhias de cartão de crédito,
induzindo as vítimas a revelar dados confidenciais.
"É como se você tivesse dado
[aos criminosos] toda uma rede
de equipamentos telefônicos", diz
Lance James, da empresa Secure
Science. A disseminação dos golpes evidencia a fragilidade do sistema VoIP (voice over internet
protocol, ou voz sobre internet).
As redes de telefonia tradicional
usam equipamentos especiais,
cuja invasão por hackers é difícil.
Mas, como as ligações VoIP trafegam pela internet, elas são vulneráveis aos mesmos problemas de
segurança que ameaçam o e-mail.
Vírus que se propagam automaticamente (worms) podem
deixar as conexões VoIP fora do
ar. Além disso, é possível grampear as ligações via internet.
A Federal Trade Comission, divisão do governo norte-americano, recentemente divulgou sua
preocupação com o uso não-autorizado das conexões VoIP para
a divulgação maciça de mensagens comerciais indesejadas.
Todas essas ameaças, por enquanto, são apenas teóricas. A
forja de números de telefone, por
outro lado, já se tornou uma ferramenta útil para ladrões e estelionatários.
Bush na linha
Qualquer jornalista correria para atender a uma ligação que parecesse vir da Casa Branca. Mas,
embora seja essa a mensagem que
aparece no identificador de chamadas do meu telefone, não é o
governo Bush que está ligando.
É o especialista em segurança
Ralph Echemendia, que fala de
um telefone celular. "Você pode
perceber como isso [a possibilidade de fraudar números de identificação de telefone] poderia ter
usos maliciosos", diz ele.
Nos Estados Unidos, fraudar
identificadores de chamadas não
é proibido, mas as empresas de telemarketing são obrigadas por lei
a se apresentarem corretamente.
Echemendia montou seu próprio sistema para enganar os
identificadores, mas há vários serviços baratos -ou gratuitos-
que colocam a forja de números
ao alcance de qualquer iniciante.
Numa tentativa de evitar fraudes, empresas de transferência
eletrônica de dinheiro, como a
Western Union, exigem que o
cliente faça uma ligação de seu telefone doméstico para que a transação seja efetivada.
Mas essa barreira poderia ser facilmente burlada por qualquer estelionatário -bastaria que ele se
passasse pela vítima, enganando
o identificador de chamadas da
Western Union. A empresa diz
que não tem, tirando a identificação de chamadas, outras maneiras de verificar as transações.
Jeff Pulver, cujo serviço Free
World Dialup (www.pulver.com/fwd) pode ser usado para
fraudar ligações, diz que não pode
evitar o abuso do sistema. Ele afirma que, conforme empresas como a VeriSign e a NeuStar desenvolverem métodos para verificar
identidades on-line, o problema
deverá diminuir. "Ainda não estamos lá, mas vamos chegar lá."
Tradução de Bruno Garattoni
Texto Anterior: Programa leva secretária eletrônica ao micro Próximo Texto: Panorâmica - Multimídia 1: Tocador portátil tem 100 Gbytes de capacidade Índice
|