São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2008

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Veja teste de celulares que tiram fotos de 5 Mpixels

CAMILA RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Na Virada Cultural, que aconteceu em São Paulo no último fim de semana, 744 fotos tiradas por celular foram transferidas para o computador da "Libere a Cena" (libereacena.com.br), instalação que projetava fotos em um tecido de 36 m2.
A grande quantidade de fotos pode ser explicada pelo fato de que, em fevereiro deste ano, quase 70% dos celulares vendidos no Brasil tinham câmera embutida, segundo dados da consultoria GfK. Mas 67,8% deles vinham com câmera VGA, que tem baixa resolução.
Mas o mercado oferece telefones que captam imagens com maior resolução. A Folha testou o LG Viewty, o Nokia N82, o Samsung G600 e o Sony Ericsson K850i, todos com resolução de 5 Mpixels e funções como tocador de MP3, agenda e, no caso do N82, GPS.
O preço médio de celulares com 5 Mpixels passou de R$ 2.441 em julho de 2007 para R$ 1.536 em fevereiro deste ano, segundo a GfK; em comparação, uma câmera de 5 Mpixels custa cerca de R$ 400.
Com exceção do G600 (que faz imagens de, no máximo, 2.560x1.920), os outros modelos permitem obter imagens de até 2.592x1.944 pixels, que podem ser impressas em 20x30 centímetros.
Em geral, as fotos tiradas durante o dia e em locais fechados -principalmente com o Viewty e o N82- ficaram com boa definição, como se tivessem sido tiradas com câmeras digitais amadoras convencionais. Ambas têm lentes de marcas conceituadas -Schneider-Kreuznach e Carl Zeiss, respectivamente.
As dificuldades surgem em fotos noturnas, porque elas ficam, em sua maioria, com pouca definição e muito escuras. Os melhores resultados nesses casos foram obtidos com o Viewty, que congelava o que estivesse mais próximo e que apresentou um flash mais potente.
Outro ponto fraco é a falta de zoom óptico. "Hoje, a maioria das câmeras vem com, no mínimo, três vezes de zoom óptico, obtido por meio de um jogo de lentes que ocupa um espaço que é difícil ter no celular. Por isso, a maioria dos celulares só tem zoom digital", disse Marcio Daniel, diretor de vendas da Kodak.
O zoom óptico aproxima a imagem por lentes, e o zoom digital utiliza interpolação dos pontos das imagens, os pixels, o que reduz a qualidade da imagem.
Esse é o ponto fraco também dos telefones Cyber-shot que, segundo Everton Caliman, gerente de produtos da Sony-Ericsson, têm "o mesmo software, o mesmo processador e a mesma lente da câmera Sony".
Os telefones testados permitem ajustes como modo de cena (paisagem, retrato, noite e outros), ISO (sensibilidade à luz), flash com redutor de olhos vermelhos e, em alguns casos, até estabilizador de imagem. Também é possível ajustar cor e brilho das imagens, recortar, redimensionar e colocar bordas e desenhos -o G600, da Samsung, possui mais opções.
Entre as vantagens dos celulares estão os recursos de compartilhamento: impressão por Bluetooth e USB e compartilhamento por meio de serviços como o Flickr, o Share on Ovi (www.twango.com), da Nokia, e o YouTube -é possível enviar vídeos para o site diretamente do Viewty.
Ainda não há um consenso se o celular vai ou não substituir a câmera. Bernardo Tinoco, analista da GfK, diz que os aparelhos ainda não são equivalentes pois "não têm velocidade de obturador, aumento de exposição e recursos como o de detecção de face."
Alexandre Jesus, diretor comercial da LG, diz que, com o passar dos anos, "o celular deixa de servir só para aproveitar o momento e passa a ter uma câmera de qualidade."


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