São Paulo, Quarta-feira, 30 de Junho de 1999
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Polícia busca pista de crime em provedor

das agências internacionais

A alta tecnologia é mais uma arma no combate ao crime.
Com mandados de busca e um catálogo com nomes de pedófilos, molestadores, terroristas e assassinos, a polícia obtém na America Online dados que usuários da rede nunca sonhariam que acabassem nas mãos da lei.
"Se você quebrar a lei usando a Internet, poderá ser localizado", diz o policial Ron Horack, encarregado de investigações relacionadas à AOL pelo xerife do município de Leesburg, Virginia (EUA).
Em 26 de maio, autoridades federais norte-americanas chegaram até um pediatra de Virginia que tinha material pornográfico com crianças após investigar sua conta na AOL e achar imagens de sexo explícito recebidas por e-mail ao longo de aproximadamente seis meses. No seu PC foi achado mais material pornográfico.
Ao sair para caminhar ou dar uma volta de carro, ninguém nota. Navegando na Internet, um rastro permanece. E atrás desse rastro está a polícia, em um número crescente de investigações.

Privacidade
Autorizada por um mandado, ela pode olhar o e-mail e outras formas de comunicação de suspeitos de cometer um crime, obtendo informações nos provedores e nos serviços de e-mail ou chat.
A polícia pode fazer o mesmo com as vítimas. Tudo pode ser uma evidência potencial e, eventualmente, material de documentos públicos.
"Isso é um risco para a privacidade", afirma Marc Rotenberg, diretor do Electronic Privacy Information Center, que acha que a polícia deveria usar os meios tradicionais de investigação.
"Muito mais eventos são registrados (on line) e que não poderiam ser registrados no mundo físico", diz Rotenberg. "Eu acho que isso vai se tornar um enorme problema para as pessoas, que cada vez mais dependem dos provedores."
Horack rebate: "Se eles estão usando a Internet para cometer crimes, nós vamos usá-la para pegá-los".
A AOL diz que não lê ou fornece informações de comunicações particulares, exceto em casos de processos legais. Outros fornecedores de serviços on line, como Yahoo! e Hotmail, dizem o mesmo.
Neste ano, os mais de cem casos de busca nos servidores da AOL em Leesburg revelaram pedófilos e molestadores que usaram a rede para achar suas presas ou deixaram claras suas intenções em relação às vítimas ou aos policiais disfarçados.
Os mandados são especialmente efetivos no combate à pornografia infantil. "Os pedófilos não jogam nada fora", diz Horack. Até mesmo quando eles apagam fotos do seu computador, o material pode ser achado nos seus provedores.


Tradução de Airton Lopes

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