São Paulo, Quarta-feira, 30 de Junho de 1999
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CENSURA NA REDE

Internet ainda sofre com as proibições

ADRIANA LUTFI
da Reportagem Local

Ainda há gente nesse mundo que não sabe o que é Internet. A população da Síria, por exemplo, até hoje é proibida de acessar a rede fora das universidades. A navegação é controlada por filtros de conteúdo.
Na Arábia Saudita, onde a Internet chegou no final do ano passado, todos os sites são controlados pelo governo, mesmo que 40 empresas estejam provendo acesso no país. O provedor central, do governo, controla todas elas. O país bloqueia páginas consideradas ofensivas ao islamismo.
No Irã, a Internet é privilégio dos funcionários do governo, e o sistema telefônico é precário. A Tunísia, pequeno país árabe-africano, é capaz até de torturar opositores do governo, segundo a Anistia Internacional.
Mas não é só em países árabes que reina a desconfiança em relação ao potencial da Web. Em Myanma, no sul da Ásia, a Internet é considerada um "veículo ilegal". Ter um computador com modem sem autorização do governo militar é crime. A pena pode ser de até 15 anos de cadeia.
Na Malásia, perto das Filipinas, os sites que reúnem manifestos contra o governo são imediatamente bloqueados. Quatro pessoas foram presas por terem discutido sobre a política do país usando e-mails.
O Vietnã publicou um decreto em 1997 que estabeleceu o controle de conteúdo e a censura na Internet. A criação de páginas na rede só é possível com chancela oficial.
Para driblar a falta de liberdade de expressão, habitantes da maioria desses países acessam a rede por meio de provedores estrangeiros -pagando caro por isso- e mantêm páginas em hospedeiros gratuitos, como o Geocities.
Controlar o conteúdo de sites e o caminho de e-mails é o mínimo que os censores fazem. Na China, dois B hackers que invadiram um banco foram mortos, e duas pessoas que escreviam e-mails a favor da democracia estão presas.


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