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TECNOLOGIA
Intel faz marketing com produto de 2 GHz sem previsão de chegada, e AMD já vende processador de 1,1 GHz
Velocidade é arma na disputa entre chips
DO SILICON VALLEY NEWS SERVICE
Menos de nove meses após quebrar a barreira da velocidade de 1
GHz para chips de computadores
pessoais, desafio que tomou 28
anos de pesquisas da Intel, a líder
mundial em processadores para
PCs mostrou seu novo Pentium 4.
O chip tem velocidade de 2 GHz
e 42 milhões de transistores em
uma única unidade. O Pentium
III tem 28 milhões de transistores.
A demonstração foi feita no servidor Xeon -que, originalmente,
vai usar chips de 1 GHz- em encontro anual de desenvolvedores,
realizado em San José, Califórnia
(EUA), na semana passada.
A Intel não definiu data para a
venda do chip Pentium 4 de 2
GHz, e analistas não acreditam
que o processador chegue ao mercado antes de julho de 2001.
A companhia planeja começar a
vender o Pentium 4 com velocidade de 1,4 GHz a partir de outubro
próximo. A versão de 3 GHz deverá estar disponível quando a Intel
começar a produzir o chip com a
tecnologia de 0,13 mícron, que deve substituir a de 0,18 mícron,
usada inicialmente para o Pentium 4.
Essa tecnologia se refere à proximidade entre os circuitos.
Quanto mais próximos eles puderem ser colocados, mais circuitos
serão instalados no chip, que terá,
portanto, sua capacidade ampliada. Essa demonstração deixa a Intel na liderança da performance
de chips, posição que já teve de ser
dividida com a arqui-rival AMD
no ano passado, quando a concorrente ficou um pouco à frente
da líder mundial em vendas.
A AMD, no entanto, continuou
a ganhar a batalha de chips de alto
desempenho no mercado.
Seu processador mais rápido, o
Athlon, funciona a 1,1 GHz. Tem a
vantagem de já estar sendo vendido em grandes volumes, enquanto o processador de seu concorrente, o Pentium III de 1,13 GHz,
tem expectativa de vendas em larga escala somente para daqui a
dois meses.
Ainda não está claro como a
AMD vai responder a esse novo
desafio de velocidade. Um engenheiro da empresa afirmou, no
LinuxWorld Expo, há duas semanas, que a empresa vai igualar-se à
Intel ou então ultrapassá-la.
Isso porque a companhia já está
pronta para fabricar chips com
tecnologia de 0,13 mícron, que,
combinada com interconexões de
cobre, pode aumentar a performance do processador AMD K7.
Executivos da Intel, no entanto,
estão confiantes em relação ao
poder da AMD e afirmaram que o
Pentium 4 será o microprocessador mais rápido do mundo.
Especialistas do mercado estão
se indagando por que motivo o
consumidor médio e as empresas
precisariam de computadores tão
poderosos.
A questão vem sendo levantada
há anos, remetendo à época da Lei
de Moore, quando algumas centenas de KHz pareciam suficientes para usar as planilhas eletrônicas, como o programa "Lotus 1-2-3", e o software de banco de dados
"dBase II".
A realidade, dizem especialistas,
é que, mesmo com um chip de 2
GHz, haverá necessidade de processadores com 3 ou 5 GHz para
aparelhos de filmes em tela cheia e
de alta definição ou para simulação de jogos em três dimensões
(3D).
A simulação em 3D mal começou a afetar usuários de computadores. Cinco anos atrás, o então
presidente da Intel, Andy Grove,
mostrou que uma simulação tridimensional com chips de 10 GHz
ainda estava longe de criar efeitos
reais. Disse, naquela época, que
essa simulação talvez fosse possível com um chip de 100 GHz.
Enquanto computadores com
essa velocidade não custarem
mais do que os modelos do ano
anterior que têm metade da performance, que argumento pode
ser usado contra a continuidade
da Lei de Moore, que continua aumentando a performance dos
chips?- questionam especialistas. "É semelhante a comprar um
carro. Você quer o que vem com o
melhor motor do mercado", disse
o vice-presidente e gerente-geral
do grupo de arquitetura da Intel,
Albert Yu.
Segundo o executivo, o design
de processadores de 10 GHz a 20
GHz com memória variando de
64 Gbytes a 256 Gbytes já está nas
pranchetas dos engenheiros.
A pergunta que os analistas fazem é até que ponto alguém está
atualizado ou não.
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