São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TECNOLOGIA
Intel faz marketing com produto de 2 GHz sem previsão de chegada, e AMD já vende processador de 1,1 GHz
Velocidade é arma na disputa entre chips

DO SILICON VALLEY NEWS SERVICE

Menos de nove meses após quebrar a barreira da velocidade de 1 GHz para chips de computadores pessoais, desafio que tomou 28 anos de pesquisas da Intel, a líder mundial em processadores para PCs mostrou seu novo Pentium 4.
O chip tem velocidade de 2 GHz e 42 milhões de transistores em uma única unidade. O Pentium III tem 28 milhões de transistores.
A demonstração foi feita no servidor Xeon -que, originalmente, vai usar chips de 1 GHz- em encontro anual de desenvolvedores, realizado em San José, Califórnia (EUA), na semana passada.
A Intel não definiu data para a venda do chip Pentium 4 de 2 GHz, e analistas não acreditam que o processador chegue ao mercado antes de julho de 2001.
A companhia planeja começar a vender o Pentium 4 com velocidade de 1,4 GHz a partir de outubro próximo. A versão de 3 GHz deverá estar disponível quando a Intel começar a produzir o chip com a tecnologia de 0,13 mícron, que deve substituir a de 0,18 mícron, usada inicialmente para o Pentium 4.
Essa tecnologia se refere à proximidade entre os circuitos. Quanto mais próximos eles puderem ser colocados, mais circuitos serão instalados no chip, que terá, portanto, sua capacidade ampliada. Essa demonstração deixa a Intel na liderança da performance de chips, posição que já teve de ser dividida com a arqui-rival AMD no ano passado, quando a concorrente ficou um pouco à frente da líder mundial em vendas.
A AMD, no entanto, continuou a ganhar a batalha de chips de alto desempenho no mercado.
Seu processador mais rápido, o Athlon, funciona a 1,1 GHz. Tem a vantagem de já estar sendo vendido em grandes volumes, enquanto o processador de seu concorrente, o Pentium III de 1,13 GHz, tem expectativa de vendas em larga escala somente para daqui a dois meses.
Ainda não está claro como a AMD vai responder a esse novo desafio de velocidade. Um engenheiro da empresa afirmou, no LinuxWorld Expo, há duas semanas, que a empresa vai igualar-se à Intel ou então ultrapassá-la.
Isso porque a companhia já está pronta para fabricar chips com tecnologia de 0,13 mícron, que, combinada com interconexões de cobre, pode aumentar a performance do processador AMD K7.
Executivos da Intel, no entanto, estão confiantes em relação ao poder da AMD e afirmaram que o Pentium 4 será o microprocessador mais rápido do mundo.
Especialistas do mercado estão se indagando por que motivo o consumidor médio e as empresas precisariam de computadores tão poderosos.
A questão vem sendo levantada há anos, remetendo à época da Lei de Moore, quando algumas centenas de KHz pareciam suficientes para usar as planilhas eletrônicas, como o programa "Lotus 1-2-3", e o software de banco de dados "dBase II".
A realidade, dizem especialistas, é que, mesmo com um chip de 2 GHz, haverá necessidade de processadores com 3 ou 5 GHz para aparelhos de filmes em tela cheia e de alta definição ou para simulação de jogos em três dimensões (3D).
A simulação em 3D mal começou a afetar usuários de computadores. Cinco anos atrás, o então presidente da Intel, Andy Grove, mostrou que uma simulação tridimensional com chips de 10 GHz ainda estava longe de criar efeitos reais. Disse, naquela época, que essa simulação talvez fosse possível com um chip de 100 GHz.
Enquanto computadores com essa velocidade não custarem mais do que os modelos do ano anterior que têm metade da performance, que argumento pode ser usado contra a continuidade da Lei de Moore, que continua aumentando a performance dos chips?- questionam especialistas. "É semelhante a comprar um carro. Você quer o que vem com o melhor motor do mercado", disse o vice-presidente e gerente-geral do grupo de arquitetura da Intel, Albert Yu.
Segundo o executivo, o design de processadores de 10 GHz a 20 GHz com memória variando de 64 Gbytes a 256 Gbytes já está nas pranchetas dos engenheiros.
A pergunta que os analistas fazem é até que ponto alguém está atualizado ou não.


Texto Anterior: Dilbert
Próximo Texto: Música: "Gnutella" pode sofrer colapso, diz pesquisador
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.