São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006

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Cuidados ampliam vida de consoles

Conserto dos videogames pode sair caro nas assistências técnicas; PlayStation 2, da Sony, é o campeão de reparos, enquanto o Xbox 360, da Microsoft, superaquece e é o novo paciente das especializadas

GUSTAVO PETRÓ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os videogames não são mais meros brinquedos de criança. Com preços que variam entre R$ 400 e R$ 2.500, é necessário tomar certas atitudes para aumentar a vida útil de seus componentes e poder jogar seus games por mais tempo.
Quando acontecem problemas -jogo e controle que não funcionam, por exemplo-, a solução é enviar o console para uma assistência técnica. Como atualmente não existe nenhum videogame com lançamento oficial no Brasil, esse serviço não possui o aval das fabricantes. Dependendo do problema consertado, são fornecidos três meses de garantia.
Os técnicos em eletrônica, no entanto, realizam o trabalho sem nenhum auxílio das fabricantes dos consoles.
Eles lêem os manuais, buscam informações na internet e em fóruns especializados para estar sempre atualizados. Exatamente por isso, é importante consertar seu console em um local de confiança.

PlayStation 2
O videogame da Sony, por ser o mais vendido no mercado nacional por meio de importação, corresponde a 60% de todos os consertos nas oficinas.
"O problema mais comum é a queima do leitor óptico", afirma o técnico em eletrônica Itamar Trevisan. A peça, que lê os dados dos jogos, sofre quando os discos possuem arranhões, marcas de dedos ou sujeira. "Com isso, o leitor trabalha em potência máxima para fazer a leitura, o que pode danificar a peça", explica.
A vida útil do leitor do PlayStation 2 é reduzida também pela reprodução excessiva de filmes em DVD. "Em muitos games, os dados ficam armazenados na memória e, desse modo, não usam o leitor a todo instante", afirma o técnico Antônio Arlindo da Silva Freitas. "Os filmes utilizam o leitor óptico em excesso e, se um filme durar três horas, esse será o tempo no qual o leitor funcionará."
O descaso com o aparelho é outro fator que o encaminha a uma assistência técnica. "Já recebi aparelhos sobre os quais o cachorro urinou, que estavam no chão e tiveram acúmulo de poeira e até com barata dentro", diz Max Corrêa, técnico em eletrônica. "É recomendado que o aparelho fique em um local alto e que tenha espaço para sua ventilação."
O conserto pode variar de R$ 60 a R$ 260.

Xbox 360
O videogame da Microsoft é o novo paciente das assistências técnicas brasileiras e representa 10% de todo o trabalho.
O problema mais comum é o superaquecimento de alguns aparelhos, o que ocasiona o rompimento das soldas que conectam as memórias, impedindo seu funcionamento -o console indica o problema apresentando três luzes vermelhas no botão de ligar e desligar. "Recebemos, em média, duas ligações por dia de usuários com problemas. Em um dia de muito calor em São Paulo, esse número sobe para cinco", afirma Trevisan.
Isso pode ocorrer porque, segundo Renato Pádua de Souza, técnico em eletrônica, "há um problema de design, pois o aparelho não permite grande vazão do ar quente criado durante seu uso. As placas e processadores ficam muito próximas dentro do gabinete".
Ele afirma que "alguns fatores que podem causar esse problema são as altas temperaturas do ambiente, a corrente elétrica inconstante, o material de solda que não possui chumbo (cujo uso foi proibido por ser cancerígeno) e, por isso, é menos resistente ao calor, e a fraca pasta térmica de cerâmica que não combate as altas temperaturas com total eficácia".
Entre as soluções mais comuns está elevar a velocidade dos coolers de cinco para até 12 volts. "O Xbox 360 ficará mais barulhento, mas dissipará mais o calor", afirma Freitas.
A troca da pasta térmica da placa por uma composta por 99,9% de prata é outra medida que está sendo utilizada.
Para proteger o aparelho, é indicado deixá-lo em local ventilado, afastado cerca de 30 cm da parede, e evitar movimentá-lo enquanto estiver quente. Se possível, faça intervalos de meia hora a cada três horas de jogo. O conserto pode sair entre R$ 40 e R$ 900.

Cuidados com portáteis
O maior problema com portáteis como o PSP, da Sony, o Nintendo DS e o GameBoy Advance SP, ambos da Nintendo, são os danos ao LCD.
"As pessoas esquecem o aparelho dentro da mochila, sem nenhuma proteção, ou o deixam cair no chão. A tela é a peça que mais sofre danos", diz Max Corrêa.
Problemas como botões travados por causa da sujeira -comum quando se joga e se ingere alimentos ao mesmo tempo- ou até mesmo a quebra do direcional analógico (do PSP) encabeçam a lista.
Para conservar os portáteis, uma dica é não os esquecer no bolso, ter uma capa de proteção -como as dos celulares- e, uma regra que vale para todos os consoles, não comer ao mesmo tempo que se joga games.


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