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Cuidados ampliam vida de consoles
Conserto dos videogames pode sair caro nas assistências técnicas; PlayStation 2, da Sony, é o campeão de reparos, enquanto o Xbox 360, da Microsoft, superaquece e é o novo paciente das especializadas
GUSTAVO PETRÓ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os videogames não são mais
meros brinquedos de criança.
Com preços que variam entre
R$ 400 e R$ 2.500, é necessário
tomar certas atitudes para aumentar a vida útil de seus componentes e poder jogar seus games por mais tempo.
Quando acontecem problemas -jogo e controle que não
funcionam, por exemplo-, a
solução é enviar o console para
uma assistência técnica. Como
atualmente não existe nenhum
videogame com lançamento
oficial no Brasil, esse serviço
não possui o aval das fabricantes. Dependendo do problema
consertado, são fornecidos três
meses de garantia.
Os técnicos em eletrônica, no
entanto, realizam o trabalho
sem nenhum auxílio das fabricantes dos consoles.
Eles lêem os manuais, buscam informações na internet e
em fóruns especializados para
estar sempre atualizados. Exatamente por isso, é importante
consertar seu console em um
local de confiança.
PlayStation 2
O videogame da Sony, por ser
o mais vendido no mercado nacional por meio de importação,
corresponde a 60% de todos os
consertos nas oficinas.
"O problema mais comum é a
queima do leitor óptico", afirma o técnico em eletrônica Itamar Trevisan. A peça, que lê os
dados dos jogos, sofre quando
os discos possuem arranhões,
marcas de dedos ou sujeira.
"Com isso, o leitor trabalha em
potência máxima para fazer a
leitura, o que pode danificar a
peça", explica.
A vida útil do leitor do
PlayStation 2 é reduzida também pela reprodução excessiva
de filmes em DVD. "Em muitos
games, os dados ficam armazenados na memória e, desse modo, não usam o leitor a todo instante", afirma o técnico Antônio Arlindo da Silva Freitas.
"Os filmes utilizam o leitor óptico em excesso e, se um filme
durar três horas, esse será o
tempo no qual o leitor funcionará."
O descaso com o aparelho é
outro fator que o encaminha a
uma assistência técnica. "Já recebi aparelhos sobre os quais o
cachorro urinou, que estavam
no chão e tiveram acúmulo de
poeira e até com barata dentro", diz Max Corrêa, técnico
em eletrônica. "É recomendado que o aparelho fique em um
local alto e que tenha espaço
para sua ventilação."
O conserto pode variar de R$
60 a R$ 260.
Xbox 360
O videogame da Microsoft é o
novo paciente das assistências
técnicas brasileiras e representa 10% de todo o trabalho.
O problema mais comum é o
superaquecimento de alguns
aparelhos, o que ocasiona o
rompimento das soldas que conectam as memórias, impedindo seu funcionamento -o console indica o problema apresentando três luzes vermelhas
no botão de ligar e desligar.
"Recebemos, em média, duas
ligações por dia de usuários
com problemas. Em um dia de
muito calor em São Paulo, esse
número sobe para cinco", afirma Trevisan.
Isso pode ocorrer porque, segundo Renato Pádua de Souza,
técnico em eletrônica, "há um
problema de design, pois o aparelho não permite grande vazão
do ar quente criado durante seu
uso. As placas e processadores
ficam muito próximas dentro
do gabinete".
Ele afirma que "alguns fatores que podem causar esse problema são as altas temperaturas do ambiente, a corrente elétrica inconstante, o material de
solda que não possui chumbo
(cujo uso foi proibido por ser
cancerígeno) e, por isso, é menos resistente ao calor, e a fraca
pasta térmica de cerâmica que
não combate as altas temperaturas com total eficácia".
Entre as soluções mais comuns está elevar a velocidade
dos coolers de cinco para até 12
volts. "O Xbox 360 ficará mais
barulhento, mas dissipará mais
o calor", afirma Freitas.
A troca da pasta térmica da
placa por uma composta por
99,9% de prata é outra medida
que está sendo utilizada.
Para proteger o aparelho, é
indicado deixá-lo em local ventilado, afastado cerca de 30 cm
da parede, e evitar movimentá-lo enquanto estiver quente. Se
possível, faça intervalos de
meia hora a cada três horas de
jogo. O conserto pode sair entre
R$ 40 e R$ 900.
Cuidados com portáteis
O maior problema com portáteis como o PSP, da Sony, o
Nintendo DS e o GameBoy Advance SP, ambos da Nintendo,
são os danos ao LCD.
"As pessoas esquecem o aparelho dentro da mochila, sem
nenhuma proteção, ou o deixam cair no chão. A tela é a peça
que mais sofre danos", diz Max
Corrêa.
Problemas como botões travados por causa da sujeira -comum quando se joga e se ingere
alimentos ao mesmo tempo-
ou até mesmo a quebra do direcional analógico (do PSP) encabeçam a lista.
Para conservar os portáteis,
uma dica é não os esquecer no
bolso, ter uma capa de proteção
-como as dos celulares- e,
uma regra que vale para todos
os consoles, não comer ao mesmo tempo que se joga games.
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