São Paulo, quarta-feira, 30 de setembro de 2009

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Estrelas pornôs têm programa no iPhone

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Programa da estrela pornô Sunny Leone para iPhone

DA REDAÇÃO

Já pensou em ver conteúdo pornográfico em seu smartphone? A Apple disponibilizou na semana passada o primeiro aplicativo voltado para o assunto. São programas dedicados às carreiras de estrelas pornôs populares nos Estados Unidos.
Desenvolvidos pela Grinhouse Mobile, os dois programas marcam a primeira vez que a Apple permite uma parceria com a indústria pornográfica. No entanto, escreveu o site especializado em tecnologia News.com, os programas mostram, apenas, fotos provocantes. "Em outras palavras, não há nudez", diz o artigo.
Os aplicativos, dedicados às atrizes Sunny Leone e Aria Giovanni, parecem funcionar como uma maneira de os fãs ficarem por dentro das novidades protagonizadas por elas.
"A Grindhouse trabalha com provedores de conteúdo adulto e marcas famosas para proporcionar experiências agradáveis, íntimas e interativas para os nossos clientes", diz texto no site da empresa (www.grindhousemobile.com).
De acordo com a empresa, o primeiro aplicativo dedicado a Sunny Leone oferece fotos exclusivas, um blog e videoclipes. Uma versão melhorada, que ainda aguarda aprovação, deve oferecer mais fotos e vídeos, além de ferramentas interativas e jogos. E, quem sabe, uma maneira de contatar a estrela.
"Estou tão empolgada com o futuro do meu programa. Isso fornece uma nova maneira de eu me comunicar com meus fãs, dando a eles uma experiência nova e conteúdo exclusivo", disse Sunny.
Desenvolver os dois primeiros temas adultos para a Apple e vê-los aprovados só foi possível porque a Grindhouse seguiu as orientações rígidas da Apple. "A primeira versão do aplicativo de Sunny Leone foi recusada devido ao caráter explícito do conteúdo, apenas um pouco quente demais para a Apple", disse a empresa.

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TRANSFORME-SE EM MÚSICO
O site francês Incredibox (www.incredibox.fr) permite que você faça música em apenas alguns cliques; você escolhe voz, percussão, efeitos sonoros e instrumentos e ainda vê uma animação

ATAQUES
O número de links nocivos na internet cresceu mais de 500% nos seis primeiros meses deste ano, segundo o Relatório de Tendências e Riscos X-Force 2009 da IBM. O relatório também mostra um aumento na presença de conteúdo nocivo em sites de alta credibilidade e confiabilidade, como mecanismos de busca populares.

CHIPS
A fabricante de microprocessadores Intel lançará, no quarto trimestre deste ano, uma linha de chips Atom, chamada de Pineview, para pequenos computadores portáteis.

FOTOGRAFIA
Usuários brasileiros do Flickr (www.flickr.com) poderão imprimir suas fotos em poucos cliques. O Yahoo! Brasil fechou parceria com o estúdio fotográfico PixelHouse para impressão de fotografias, por meio do serviço Porang!.

CONCURSO
O Facebook prolongou o prazo para que desenvolvedores participem do concurso Desafio Facebook de Aplicativos. Os interessados têm até 19 de outubro para fazer as inscrições. Veja mais detalhes em www.facebook.com/desafiofacebook.

29,8%
do tempo que os brasileiros gastaram na internet em julho foi em sites do Google, segundo a comScore. O Google também predomina na Índia, onde internautas gastaram 28,9%

20 a 25
anos é a faixa de idade mais propensa a divulgar na internet dados pessoais que podem ser usados de forma maliciosa, segundo estudo encomendado pela Symantec

EXPLORER INSEGURO
Um complemento do Google seria responsável por deixar o navegador Internet Explorer mais inseguro, acusou a Microsoft. "Rodar o Google Chrome Frame como complemento dobrou a área de ataques para códigos e scripts maliciosos", disse a empresa em comunicado.

INVESTIMENTO
O Twitter confirmou que fechou um "ciclo de financiamento significativo". O anúncio foi colocado pelo cofundador Evan Williams no blog da ferramenta (blog.twitter.com). Segundo o "New York Times", o investimento será de cerca de US$ 100 milhões, o que elevaria o valor da empresa a US$ 1 bilhão.

EXCESSO 1
Gervais Pellissier, o vice-presidente de finanças da France Telecom, afirmou que a quantidade de e-mails recebidos em smartphones e computadores pessoais estão causando estresse em funcionários. A empresa está sob holofotes porque 22 de seus funcionários cometeram suicídio e outros 13 tentaram se matar, desde 2008.

EXCESSO 2
"Hoje, para as pessoas trabalhando no mundo dos negócios, não importa em que nível, quer se trate de presidentes ou de funcionários de primeiro e até segundo escalão, a conexão é permanente", disse Pellissier à Reuters.

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BANCA DE REVISTAS
O Google Books disponibilizou edições da revista "Life" dos anos 1930 aos 1970 (bit.ly/revistalifegoogle); há capas como esta, de 1971, com Paul McCartney e Linda, sua mulher à época

SUPERCONECTADOS: TEMPO GASTO EM REDES SOCIAIS TRIPLICOU, DIZ NIELSEN

Quando estão navegando na internet, norte-americanos gastam 17% do tempo em redes sociais. O número é quase o triplo do tempo gasto há um ano, segundo a consultoria Nielsen. Quanto mais tempo usuários passam nas redes, mais as agências de publicidade tentam direcionar suas campanhas para esses ambientes. O total gasto em publicidade on-line em agosto foi de US$ 108 milhões, um crescimento de 119% em relação ao mesmo período de 2008, diz a Nielsen.

Poder da inteligência coletiva vai aumentar, diz Pierre Lévy

CARLOS MINUANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Ainda estamos na infância da cibercultura", afirma o filósofo francês Pierre Lévy, 53. Para ele, as principais transformações sociais provocadas pela tecnologia ainda estão por vir. Foi esse o tema central de seu livro "Cibercultura" (editora 34, 264 págs., R$ 38) lançado no Brasil há dez anos e que até hoje aquece discussões sobre os rumos da cultura digital. Para celebrar o aniversário da tradução brasileira, começa amanhã, em Santos, o evento Cibercultura 10+10 (bit.ly/cibercultura). Além de Lévy, estará também presente o ex-ministro e músico Gilberto Gil. Pouco antes de embarcar para o Brasil, Pierre Lévy conversou com a Folha, por e-mail. Leia trechos da entrevista.

FOLHA - Após dez anos da publicação de seu livro no Brasil, quais mudanças o senhor destaca nas redes digitais?
PIERRE LÉVY
- A mais importante mudança é a demográfica: mais e mais pessoas estão participando da comunicação digital a cada dia. Em dez anos, a maioria das pessoas estará conectada. Não posso deixar de mencionar o aumento da facilidade de criar conteúdos e remixar todos os tipos de informação multimídia. Outro aspecto são as múltiplas utilizações da tecnologia sem fio e a presença dos ultraportáteis e netbooks.

FOLHA -Quais as tendências para o futuro próximo?
LÉVY
- Vejo o crescimento das tendências em direção à criação distribuída, conteúdos gerados por usuários, o compartilhamento em rede global e a categorização social. Do ponto de vista técnico, deve crescer o uso da computação em nuvem e das tecnologias de realidade ampliada. Jogos on-line multijogadores ficarão mais populares. Em resumo, a tendência básica é o aumento de poder da inteligência coletiva.

FOLHA - As tentativas de restringir a liberdade na internet terão êxito?
LÉVY
- Eu não acredito que controles e restrições irão ter êxito. Há um movimento bem mais forte em direção à interconexão além de todas as fronteiras, liberdade de criação de comunidades e aumento das faculdades cognitivas coletivas e pessoais. A inteligência coletiva livre é a real plataforma do desenvolvimento humano e da prosperidade econômica, então todos possuem interesse em sua expansão irrestrita.

FOLHA - Quais os principais problemas no caminho da cibercultura?
LÉVY
- Eu vejo dois principais problemas. Primeiro, a parte física da interconexão digital já está pronta ou estará em breve. Mas a interconexão semântica ainda é um grande problema: pessoas falam diferentes línguas, sistemas de classificação diferentes e possuem distintas experiências disciplinares e culturais. Eu acredito que precisamos uma metalíngua computável universal, que irá nos ajudar a traduzir, procurar, analisar e sintetizar informação de forma colaborativa e aberta. O segundo problema é a evolução de todo sistema de mídia, político e educacional. Se as pessoas continuarem a se prender à velha forma estática e centralizada de comunicação (isso inclui estruturas legais) algumas transformações serão muito dolorosas.

FOLHA - Como define a cibercultura?
LÉVY
- Nós ainda estamos na infância da cibercultura. Nossos sistemas econômicos, políticos e educacionais serão profundamente modificados no próximo século. Por isso, eu a defino da mesma forma que em 1997, quando o livro "Cibercultura" foi publicado em francês. Existe uma cibercultura hoje em dia exatamente como existia uma cultura hieroglífica no tempo dos antigos egípcios, de manuscrito alfabético no tempo do império romano, ou de impressão no fim do século 18 na Europa. No caso da comunicação digital, as principais características são a onipresença da informação, a interconexão geral de documentos e pessoas, e a automatização da manipulação simbólica (força computacional, software).


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