São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PRIVACIDADE

Comissão Federal de Comércio do país pára de investigar empresa suspeita de violar privacidade na Internet

DoubleClick deixa de ser alvo nos EUA

ALEXANDRE VERSIGNASSI
DA REPORTAGEM LOCAL

A empresa DoubleClick, maior agência de publicidade da rede, deixou de ser investigada nos EUA pelo FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA). A decisão foi tomada na segunda-feira da semana passada.
O caso vinha sendo estudado desde fevereiro de 2000. Nele, a empresa era suspeita de formar um cadastro cruzando dados de internautas anônimos coletados via rede com informações sobre suas identidades. Tudo sem pedir autorização a quem viesse a fazer parte desse banco de dados.
As informações pessoais seriam dadas pela Abacus, uma empresa de malas-diretas que foi comprada pela DoubleClick em novembro de 1999 e que possuiria um cadastro contendo informações sobre 90% dos lares dos EUA.
Na época, a agência afirmou que iria fundir seus dados com os da Abacus. Mas, em março de 2000, ela voltou atrás.
Agora, o FTC considerou que a DoubleClick não pratica esse cruzamento de informações. Pelo menos não de forma que viole a política de privacidade que a empresa mantém.
Esse documento, que pode ser lido em www.doubleclick.com, diz que as informações coletadas pela empresa se referem a quais páginas foram visitadas pelo internauta e em quais banners publicitários ele clicou, além de dados menos relevantes, como o sistema operacional utilizado.
Ainda segundo o documento, a Abacus está de fato montando um cadastro de internautas americanos unindo informações sobre suas identidades, como nome e endereço, a dados sobre eles obtidos em outras fontes, no caso, na própria DoubleClick.
De qualquer maneira, a empresa afirma que pede uma autorização prévia a cada um dos potenciais usuários cadastrados.

Cookies
O mecanismo que a DoubleClick usa para obter informações funciona com o envio de "cookies" e só dá certo em sites que façam parte da sua rede de clientes. E hoje esse grupo é formado por cerca de 1.500 sites; entre eles, www.altavista.com e www.macromedia.com.
Essas informações são a base dos negócios da agência: distribuir banners para internautas que seriam potenciais consumidores dos produtos neles anunciados.
Funciona assim: se uma internauta costuma visitar sites de roupas íntimas que façam parte da rede da agência, a consumidora passará a receber mais banners com propagandas de calcinhas e sutiãs. Já dados sobre a identidade dessa usuária serviriam para personalizar os anúncios.

Com agências internacionais




Texto Anterior: Hugo
Próximo Texto: Saiba impedir recebimento
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.