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PIRATARIA
Estúdios de cinema ameaçam internautas que colocam filmes na rede
Hollywood rastreia troca de arquivos
DA ASSOCIATED PRESS
Tentando combater a troca de arquivos na internet, que prejudica a indústria musical, a indústria do cinema nos EUA está caçando internautas que compartilham filmes via rede. A operação faz parte dos crescentes esforços para combater a pirataria on-line, que incluem medidas técnicas invasivas.
A Motion Picture Association of America (MPAA), que reúne os
sete principais estúdios de cinema
dos EUA, usa uma ferramenta de
busca especial, que vasculha as redes de troca de arquivos. A MPAA
diz ter enviado cartas a mais de
100 mil internautas desde 2001.
Paralelamente, a divisão de banda larga da AOL Time Warner começou a tentar identificar e bloquear os usuários que fazem muito upload (envio de dados) para a rede, comportamento que quase sempre indica troca de arquivos
audiovisuais.
"Nós não estamos bloqueando o uso de programas ou o acesso a
sites", diz Mark Harrad, da Time
Warner Cable. "Mas estamos fazendo várias coisas para administrar melhor a largura de banda
[capacidade da rede" e interferir
com pessoas que estão violando
seus contratos de serviço."
Harrad não quis falar sobre as
técnicas de interferência, mas negou que a operação seja focada
nos usuários que trocam arquivos. Segundo ele, a operação da
Time Warner aborda os engarrafamentos de rede, não a pirataria.
A AOL Time Warner controla o
estúdio Warner Brothers, que é
um dos sete maiores de Hollywood. A empresa também controla a gravadora Warner Music, que está entre as cinco maiores.
É mais difícil trocar filmes do
que músicas via internet. Um filme pode ter mais de 600 Mbytes,
o que facilmente resulta em seis
horas de download, mesmo com
uma conexão de banda larga (alta
velocidade). Em comparação, os
arquivos MP3 costumam ter 6
Mbytes cada um, o que torna possível baixar uma canção em poucos minutos.
Downloads ilegais
Segundo a empresa de consultoria Viant, de 400 mil a 600 mil
filmes são baixados ilegalmente a
cada dia. Embora esse número seja bastante inferior aos 3 bilhões
de músicas trocadas no auge do
programa Napster, que deixou de
operar, é o suficiente para assustar os estúdios de Hollywood.
"A nossa indústria pode sofrer
tantos danos quanto a indústria
musical", afirma Ken Jacobsen,
vice-presidente da MPAA.
O software de monitoramento
usado pela MPAA é fornecido pela empresa californiana Ranger
Online. O programa, que é automatizado, descobre o endereço IP
do usuário que troca filmes na rede. Em seguida, uma queixa é encaminhada ao provedor de acesso
do internauta.
A MPAA pede que o provedor
faça um ultimato ao usuário: remova os arquivos pirateados do
seu computador ou tenha a sua
conexão desligada.
Segundo Jacobsen, quase todas
as pessoas que receberam cartas
desse tipo obedeceram.
A MPAA diz que não tem números indicando precisamente
quantos usuários foram desconectados por seus provedores,
mas pelo menos um destinatário
revidou.
Foi o site norte-americano InternetMovies.com (www.
internetmovies.com), que abriu
um processo contra a MPAA na
Justiça dos EUA.
Balão de ensaio
O deputado norte-americano
Howard Berman está propondo
uma lei que permitiria empregar
uma série de medidas eletrônicas
para obstruir as redes de troca de
arquivos. Os recursos, que seriam
adotados por empresas de mídia,
poderiam bloquear a transferência de arquivos, redirecionar
usuários para outros sites ou confundi-los com arquivos falsos.
Reservadamente, executivos de
gravadoras admitem ter pretendido atrapalhar a troca de músicas
com gravações falsas.
Internautas que tentaram baixar as músicas do novo CD do
cantor Eminem, lançado em junho, ocasionalmente obtiveram
arquivos em que um único verso é
repetido durante toda a gravação,
em vez de músicas completas.
Contudo táticas como essa podem ser consideradas ilegais pela
legislação atual dos EUA.
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