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DERIVATIVOS
BM&F está negociando contratos mínis de dólar e Ibovespa; aportes são menores que no contrato tradicional
Pequeno investidor pode operar no mercado futuro
ISABEL CAMPOS
EDITORA-ADJUNTA DO FOLHAINVEST
Os pequenos e médios investidores têm novos instrumentos de
proteção ou para obter ganhos no
mercado financeiro. Desde o dia
17 de setembro, a BM&F (Bolsa
de Mercadorias & Futuros) está
operando dois novos contratos:
futuro míni de dólar e futuro míni
de Ibovespa (Índice da Bolsa de
Valores de São Paulo).
Segundo Edemir Pinto, diretor-geral da BM&F, o mercado de mínis é semelhante ao fracionário da
Bovespa. Os contratos têm as
mesmas características dos tradicionais, mas os valores são menores para possibilitar o ingresso de
investidores de pequeno porte.
Enquanto o contrato tradicional de dólar equivale a US$ 50 mil,
o míni é de US$ 5.000. No Ibovespa míni, cada ponto do contrato
corresponde a R$ 0,30. No tradicional, cada ponto vale R$ 3,00.
Para Pinto, esses contratos podem ser mais vantajosos para o
investidor do que aplicar, por
exemplo, em um fundo. "Num
fundo cambial, a pessoa dá uma
ordem hoje, e ela é executada no
dia seguinte. No mercado futuro,
as operações são sempre liquidadas no mesmo dia. Além disso, o
custo por operação muitas vezes é
inferior ao das taxas de administração dos fundos."
Paulino Botelho de Abreu Sampaio, diretor da corretora Coinvalores, está otimista com o mercado de contratos mínis. "Existe
uma demanda por esse tipo de
produto. O volume de negócios
ainda é pequeno, mas é só uma
questão de tempo para crescer."
Leão Machado Neto, diretor da
corretora Spinelli, elogia a iniciativa da BM&F, mas não acha que
esse nicho venha a ter muita expressividade. "Mercados futuros
são para profissionais. Para um
pequeno investidor, é mais fácil
montar uma posição em um fundo de investimento."
Tanto Sampaio como Machado
dizem que, antes de entrar no
mercado futuro, é preciso se assessorar com uma corretora e estudar o assunto. O segmento é
complexo, envolve riscos e exige
um acompanhamento diário das
posições. Além disso, no caso dos
mínis, como eles estão começando, o investidor, eventualmente,
pode ter dificuldade para sair de
uma posição devido à falta de liquidez.
Hedge
Os mercados futuros possibilitam a montagem de vários tipos
de operação. Vamos supor que
uma pessoa tenha uma dívida ou
um crédito em dólar a vencer e
que esteja com receio de que o real
venha a se desvalorizar ou se valorizar. Nesse caso, explica o diretor-geral da BM&F, ela pode utilizar o futuro de dólar para fazer
um hedge (proteção).
Para se proteger contra uma
eventual flutuação de preço, a
pessoa compra ou vende dólares
no mercado futuro. Com isso, ela
trava sua posição numa determinada cotação e elimina o risco de
uma valorização ou desvalorização da moeda americana acima
do patamar estabelecido.
Veja que, ao eliminar as perdas,
as operações de hedge também limitam o lucro. Se o dólar flutuar
diferentemente do previsto, a pessoa não tirará nenhum proveito
do fato.
Outro exemplo, diz Sampaio,
diretor da Coinvalores, é utilizar o
mercado futuro para proteger posições em Bolsa. Imagine um investidor que tenha cotas de um
fundo de ações atrelado ao Ibovespa e que não queira vendê-las,
mas esteja temendo que o índice
possa cair.
Nessa situação, ele pode fazer
hedge vendendo contrato de Ibovespa futuro. Ele trava sua posição em determinada cotação e, de
cada vez que o mercado fica abaixo dela, recebe a diferença. Se subir, ele pagará a diferença para
quem está na ponta compradora,
mas não terá prejuízo porque
suas cotas no fundo de ações também estarão em alta.
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