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JUROS
Veja como a redução da taxa básica de juro para 17% ao ano, feita pelo BC na sexta-feira, afeta suas aplicações
Prefira os fundos de renda fixa aos DI
SANDRA BALBI
EDITORA DO FOLHAINVEST
Pela segunda vez, em menos de
três semanas, quem tem aplicações em fundos de renda fixa se
deu bem com a queda da taxa básica de juros. Na sexta-feira, o
Banco Central derrubou a Selic,
de 17,5% para 17% ao ano. A medida beneficiou esses fundos, que
carregam mais papéis com taxas
prefixadas do que com pós-fixadas.
Quando o juro cai, o papel se valoriza, isso reflete na cota do fundo e o aplicador embolsa mais dinheiro. Os analistas acreditam
que a tendência é de queda das taxas até o fim do ano. A meta do
Banco Central, já anunciada, é
derrubar a taxa para 16% até dezembro. Segundo estudo da Outlook Análise de Investimentos,
os juros básicos podem chegar a
14,5% ou 15% no fim do ano.
Se você acredita que os juros
vão continuar caindo, prefira os
fundos de renda fixa aos fundos
DI. Os DI, que só têm papéis com
juros pós-fixados, devem render
menos, pois acompanharão a curva declinante das taxas.
Mas, na opinião do economista
Luiz Gonzaga Belluzzo, no segundo semestre, não haverá espaço
para novas reduções de juros como as feitas nos últimos 20 dias.
Nos próximos dois meses, segundo ele, haverá pressões sobre a inflação devido ao aumento de preços dos combustíveis e de tarifas
públicas. "O BC baixou o juro na
antevéspera da subida da inflação."
Na opinião do economista, o BC
aproveitou que a inflação acumulada no semestre, de 0,87%, medida pela Fipe, foi a mais baixa da
história para derrubar um pouco
mais o juro. "Mas ele continua
agindo com cautela: esperou a inflação cair e a situação externa se
acalmar para cortar as taxas."
Segundo Belluzzo, também deve ter influenciado a decisão do
BC a queda de popularidade do
governo, mostrada nas últimas
pesquisas de opinião. "A questão
política deve ter pesado 30% na
decisão", comenta.
Os dois cortes nos juros promovidos pelo BC, reduzindo a taxa
Selic de 18,5% para 17% ao ano,
devem beneficiar as aplicações
em Bolsa. "Quem quiser ter rentabilidade terá de correr mais risco
daqui para a frente", diz Jorge Simino, diretor da UAM (Unibanco
Asset Management).
As aplicações em renda fixa
(prefixada ou DI) beneficiaram-se do longo período de juros altos.
"Agora pode ser hora de migrar
de aplicação", diz Belluzzo. "Eu
privilegiaria a Bolsa", acrescenta.
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