São Paulo, Segunda-feira, 10 de Julho de 2000
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JUROS
Veja como a redução da taxa básica de juro para 17% ao ano, feita pelo BC na sexta-feira, afeta suas aplicações
Prefira os fundos de renda fixa aos DI

SANDRA BALBI
EDITORA DO FOLHAINVEST

Pela segunda vez, em menos de três semanas, quem tem aplicações em fundos de renda fixa se deu bem com a queda da taxa básica de juros. Na sexta-feira, o Banco Central derrubou a Selic, de 17,5% para 17% ao ano. A medida beneficiou esses fundos, que carregam mais papéis com taxas prefixadas do que com pós-fixadas.
Quando o juro cai, o papel se valoriza, isso reflete na cota do fundo e o aplicador embolsa mais dinheiro. Os analistas acreditam que a tendência é de queda das taxas até o fim do ano. A meta do Banco Central, já anunciada, é derrubar a taxa para 16% até dezembro. Segundo estudo da Outlook Análise de Investimentos, os juros básicos podem chegar a 14,5% ou 15% no fim do ano.
Se você acredita que os juros vão continuar caindo, prefira os fundos de renda fixa aos fundos DI. Os DI, que só têm papéis com juros pós-fixados, devem render menos, pois acompanharão a curva declinante das taxas.
Mas, na opinião do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, no segundo semestre, não haverá espaço para novas reduções de juros como as feitas nos últimos 20 dias. Nos próximos dois meses, segundo ele, haverá pressões sobre a inflação devido ao aumento de preços dos combustíveis e de tarifas públicas. "O BC baixou o juro na antevéspera da subida da inflação."
Na opinião do economista, o BC aproveitou que a inflação acumulada no semestre, de 0,87%, medida pela Fipe, foi a mais baixa da história para derrubar um pouco mais o juro. "Mas ele continua agindo com cautela: esperou a inflação cair e a situação externa se acalmar para cortar as taxas."
Segundo Belluzzo, também deve ter influenciado a decisão do BC a queda de popularidade do governo, mostrada nas últimas pesquisas de opinião. "A questão política deve ter pesado 30% na decisão", comenta.
Os dois cortes nos juros promovidos pelo BC, reduzindo a taxa Selic de 18,5% para 17% ao ano, devem beneficiar as aplicações em Bolsa. "Quem quiser ter rentabilidade terá de correr mais risco daqui para a frente", diz Jorge Simino, diretor da UAM (Unibanco Asset Management).
As aplicações em renda fixa (prefixada ou DI) beneficiaram-se do longo período de juros altos. "Agora pode ser hora de migrar de aplicação", diz Belluzzo. "Eu privilegiaria a Bolsa", acrescenta.


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