São Paulo, Segunda-feira, 18 de Outubro de 1999
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MERCADO IMOBILIÁRIO
Locação no centro tem variação negativa
Sobe 33% aluguel de imóveis comerciais mais sofisticados

RITA NAZARETH
da Reportagem Local

O crescimento da demanda por espaços comerciais de altíssimo padrão e, em contrapartida, uma oferta reduzida desse tipo de imóvel na cidade de São Paulo, fez o preço de seu metro quadrado para a locação subir 33,33% (de R$ 45 para R$ 60) do final de 98 até setembro deste ano.
"Do espaço em construção, 50,7% pode ser classificado como sendo de classe A, 35,4%, de classe B, e 13,9%, de classe C, confirmando a tendência dos incorporadores de melhorar a qualidade do espaço comercial para atender à demanda", afirma Paul Weeks, diretor de pesquisa da Cushman & Wakefield Semco, consultoria imobiliária internacional com 136 escritórios em 41 países.
Ao mesmo tempo, afirma Weeks, o estoque de imóveis comerciais na cidade é de 17,2% de classe A, 24,9% de classe B e 57,9% de classe C.
O que difere essas classes de imóveis, segundo a consultoria, são critérios como localização em regiões onde estão grandes empresas, como multinacionais e bancos, altíssima infra-estrutura, como a existência de ar-condicionado central, e tamanho -quanto maior, mais alto é o posto na classificação.
"Estamos percebendo uma tendência de descentralização do mercado de escritórios em direção à zona sul da cidade", diz Weeks.
As regiões, segundo a Cushman, que apresentam os maiores volumes de espaços de classe A são a Marginal Pinheiros, com 280 mil m2, a av. Paulista, com 215 mil m2, e a Chácara Santo Antônio, com 160 mil m2. O volume total de escritórios na cidade está em cerca de 6,5 milhões m2.
No último trimestre, a Cushman aponta o lançamento de 94 mil m2 em novos espaços comerciais em São Paulo. "Mais de 65% desses espaços são de classe A e localizados na região da Berrini", afirma Weeks.

Cai aluguel no centro
Com a preferência dos inquilinos pela descentralização, o mercado de locação comercial no centro velho de São Paulo sofre variação negativa de 2,81% no acumulado de 12 meses até setembro deste ano
A pesquisa, divulgada na última sexta-feira pela Hubert Imóveis e Administração, mostra uma contrapartida dos aluguéis na região da av. Faria Lima, 11,09%, e na da av. Paulista, 13,65%, no mesmo período.
"A variação dos preços de imóveis nessas duas regiões ultrapassa a média dos valores de locação na cidade, de 5,7%", afirma Hubert Gebara, diretor da empresa responsável pela pesquisa. "Na região da Paulista, especificamente, a valorização foi maior que o crescimento da inflação, de 13,52% (IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas)."
Gebara afirma ainda que os nove meses de variação positiva dos aluguéis nas regiões "mais sofisticadas" durante o período pesquisado já podem apontar tendência de alta nesses locais. Já a região do centro velho apresentou variações positivas em apenas seis dos 12 meses.


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