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MERCADO IMOBILIÁRIO
Locação no centro tem variação negativa
Sobe 33% aluguel de imóveis comerciais mais sofisticados
RITA NAZARETH
da Reportagem Local
O crescimento da demanda por
espaços comerciais de altíssimo
padrão e, em contrapartida, uma
oferta reduzida desse tipo de imóvel na cidade de São Paulo, fez o
preço de seu metro quadrado para a locação subir 33,33% (de R$
45 para R$ 60) do final de 98 até
setembro deste ano.
"Do espaço em construção,
50,7% pode ser classificado como
sendo de classe A, 35,4%, de classe
B, e 13,9%, de classe C, confirmando a tendência dos incorporadores de melhorar a qualidade
do espaço comercial para atender
à demanda", afirma Paul Weeks,
diretor de pesquisa da Cushman
& Wakefield Semco, consultoria
imobiliária internacional com 136
escritórios em 41 países.
Ao mesmo tempo, afirma
Weeks, o estoque de imóveis comerciais na cidade é de 17,2% de
classe A, 24,9% de classe B e
57,9% de classe C.
O que difere essas classes de
imóveis, segundo a consultoria,
são critérios como localização em
regiões onde estão grandes empresas, como multinacionais e
bancos, altíssima infra-estrutura,
como a existência de ar-condicionado central, e tamanho -quanto maior, mais alto é o posto na
classificação.
"Estamos percebendo uma tendência de descentralização do
mercado de escritórios em direção à zona sul da cidade", diz
Weeks.
As regiões, segundo a Cushman, que apresentam os maiores
volumes de espaços de classe A
são a Marginal Pinheiros, com
280 mil m2, a av. Paulista, com 215
mil m2, e a Chácara Santo Antônio, com 160 mil m2. O volume total de escritórios na cidade está
em cerca de 6,5 milhões m2.
No último trimestre, a Cushman aponta o lançamento de 94
mil m2 em novos espaços comerciais em São Paulo. "Mais de 65%
desses espaços são de classe A e
localizados na região da Berrini",
afirma Weeks.
Cai aluguel no centro
Com a preferência dos inquilinos pela descentralização, o mercado de locação comercial no
centro velho de São Paulo sofre
variação negativa de 2,81% no
acumulado de 12 meses até setembro deste ano
A pesquisa, divulgada na última
sexta-feira pela Hubert Imóveis e
Administração, mostra uma contrapartida dos aluguéis na região
da av. Faria Lima, 11,09%, e na da
av. Paulista, 13,65%, no mesmo
período.
"A variação dos preços de imóveis nessas duas regiões ultrapassa a média dos valores de locação
na cidade, de 5,7%", afirma Hubert Gebara, diretor da empresa
responsável pela pesquisa. "Na
região da Paulista, especificamente, a valorização foi maior que o
crescimento da inflação, de
13,52% (IGP-M, da Fundação Getúlio Vargas)."
Gebara afirma ainda que os nove meses de variação positiva dos
aluguéis nas regiões "mais sofisticadas" durante o período pesquisado já podem apontar tendência
de alta nesses locais. Já a região do
centro velho apresentou variações positivas em apenas seis dos
12 meses.
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