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Latasa se prepara para iniciar
um novo ciclo de crescimento
da Redação
A Latasa, principal fabricante de
latas de alumínio do país, é um caso que frustrou expectativas de
investidores. Seus papéis foram
colocados no mercado, em maio
de 95, cotados a R$ 8,55. De lá para cá, o preço da ação só caiu. A
última negociação com o papel foi
em 17 de setembro, a R$ 2,95 (veja
gráfico abaixo).
A explicação para a tão acentuada queda dos preços das ações está no desajuste entre demanda de
latas de alumínio e capacidade de
produção da indústria. Nos últimos tempos, três multinacionais
do setor de latas de alumínio iniciaram atividades no Brasil -a
American National Can, a Crown
Cork e a Ball.
A capacidade instalada da indústria, com a chegada das três
novas fábricas, atingiu 11,2 bilhões de latas, para uma demanda
de 8,7 bilhões de latas. O desequilíbrio entre demanda e oferta foi
traduzido numa pressão sobre os
preços das latas, que caíram cerca
de 20%.
Começa agora um novo ciclo
para a empresa. Fazer a Latasa
crescer é a missão de José Carlos
Martins, ex-superintendente da
área de aços da CSN (Companhia
Siderúrgica Nacional), que assumiu o comando da empresa em
agosto deste ano.
Sua entrada aconteceu no momento em que a Alcoa (fabricante
de alumínio) anunciou a compra
dos 34% das ações da Latasa que
estavam nas mãos da Reynolds.
Os outros acionistas da empresa
são os bancos JP Morgan (12%) e
Bradesco (39%).
"A Latasa vai renascer", afirma
José Roberto Giosa, diretor de reciclagem da Latasa. Os preços tendem a se ajustar, e o consumo de
lata, a aumentar, sendo alavancado pela indústria de cerveja, segundo ele.
Da produção total de cervejas
no país, de 10 bilhões de litros,
27% chegaram aos pontos de venda no ano passado em embalagens de lata; em 91, a participação
era de apenas 2%.
As reestruturações societária e
administrativa da companhia
também vão contribuir, de acordo com o diretor, para a reversão
do quadro.
"Os efeitos dos programas de
corte de custos e de reengenharia
de processos, implantados pela
empresa do ano passado para cá,
os benefícios advindos da solução
do problema acionário e o ganho
de competitividade, com a entrada da Alcoa, devem começar a ser
sentidos pelos acionistas a partir
do ano que vem."
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