São Paulo, Segunda-feira, 18 de Outubro de 1999
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Latasa se prepara para iniciar um novo ciclo de crescimento

da Redação

A Latasa, principal fabricante de latas de alumínio do país, é um caso que frustrou expectativas de investidores. Seus papéis foram colocados no mercado, em maio de 95, cotados a R$ 8,55. De lá para cá, o preço da ação só caiu. A última negociação com o papel foi em 17 de setembro, a R$ 2,95 (veja gráfico abaixo).
A explicação para a tão acentuada queda dos preços das ações está no desajuste entre demanda de latas de alumínio e capacidade de produção da indústria. Nos últimos tempos, três multinacionais do setor de latas de alumínio iniciaram atividades no Brasil -a American National Can, a Crown Cork e a Ball.
A capacidade instalada da indústria, com a chegada das três novas fábricas, atingiu 11,2 bilhões de latas, para uma demanda de 8,7 bilhões de latas. O desequilíbrio entre demanda e oferta foi traduzido numa pressão sobre os preços das latas, que caíram cerca de 20%.
Começa agora um novo ciclo para a empresa. Fazer a Latasa crescer é a missão de José Carlos Martins, ex-superintendente da área de aços da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que assumiu o comando da empresa em agosto deste ano.
Sua entrada aconteceu no momento em que a Alcoa (fabricante de alumínio) anunciou a compra dos 34% das ações da Latasa que estavam nas mãos da Reynolds. Os outros acionistas da empresa são os bancos JP Morgan (12%) e Bradesco (39%).
"A Latasa vai renascer", afirma José Roberto Giosa, diretor de reciclagem da Latasa. Os preços tendem a se ajustar, e o consumo de lata, a aumentar, sendo alavancado pela indústria de cerveja, segundo ele.
Da produção total de cervejas no país, de 10 bilhões de litros, 27% chegaram aos pontos de venda no ano passado em embalagens de lata; em 91, a participação era de apenas 2%.
As reestruturações societária e administrativa da companhia também vão contribuir, de acordo com o diretor, para a reversão do quadro.
"Os efeitos dos programas de corte de custos e de reengenharia de processos, implantados pela empresa do ano passado para cá, os benefícios advindos da solução do problema acionário e o ganho de competitividade, com a entrada da Alcoa, devem começar a ser sentidos pelos acionistas a partir do ano que vem."


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