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FUNDOS
Carteiras de capital protegido exigem valorização de 8% a 9% da Bolsa, para superar o CDI em tempos de incerteza
Avalie os prós e os contras dessa proteção
RITA NAZARETH
DA REPORTAGEM LOCAL
Os fundos de capital protegido
costumam ser vendidos como
uma alternativa à renda fixa tradicional em momentos de incertezas.
Esses fundos têm uma carteira
em sua maioria composta por títulos de renda fixa. O restante, entre 5% e 2%, é aplicado no mercado de renda variável, em geral em
opções de Ibovespa (Índice da
Bolsa de Valores de São Paulo),
para incrementar a sua rentabilidade.
O objetivo de quem investe é
conseguir uma rentabilidade
maior que a do CDI, porém sem
arriscar perder parte do capital
aplicado.
Saiba, porém, que em situações
de volatilidade (oscilações), como
a atual, ele só valerá a pena se a
Bolsa conseguir uma valorização
entre 8% e 9% em dois meses, ou
seja, durante o período de carência da aplicação.
Estudo
Caso isso não ocorra, estudo da
LAM (Lloyds Asset Management), divulgado com exclusividade para a Folha, mostra que o
investidor que optou pela aplicação terá um retorno menor que o
do CDI (Certificado de Depósito
Interbancário), que reflete os juros do mercado.
A parte destinada à renda variável é aplicada pelo gestor no mercado de opções, no qual as operações têm vencimentos futuros.
No caso do fundo de capital
protegido, o administrador
"aposta" na alta da Bolsa que, se
confirmada, reverterá em favor
do investidor.
Por outro lado, se a "aposta"
não se confirmar, ele ficará só
com o percentual do CDI. "A valorização que a Bolsa tem que dar
para que o fundo supere a variação do CDI, em geral, tem de ser
alta devido ao momento atual de
incertezas", afirma o administrador de um grande banco de investimentos.
De qualquer forma, segundo
Gilberto Poso, diretor de risco da
LAM, o investidor deve considerar o custo de oportunidade envolvido na operação.
Especulação
Sem ter clara a tendência do
mercado para o momento, o programador de sistemas James Berzin, 27, optou por um fundo de
capital protegido em fevereiro
deste ano. "Meu perfil de investimentos varia entre o conservador
e o moderado", afirma.
"Só que começo a entrar em pânico em relação ao que pode
acontecer à parte de meu patrimônio destinada à renda variável
em momentos de indefinições do
mercado", diz o investidor.
Esse excesso de preocupação do
investidor decorre de uma experiência no mercado de ações há
cerca de três anos, quando o mercado asiático despencou, arrastando as demais Bolsas mundiais.
"Perdi mais de 20% de meu patrimônio na época num fundo de
ações", afirma. "Num fundo de
capital garantido tenho a certeza
de, pelo menos, preservar o principal investido."
Berzin considera, no entanto,
que a aplicação é transitória.
"Realmente não espero ficar rico
no longo prazo com um fundo de
capital protegido", diz. "Para um
período mais longo ainda espero
uma rentabilidade melhor de outras aplicações, como ações."
De acordo com Dilma Lima, diretora-adjunta de fundos do
BankBoston, para o longo prazo,
o investidor poderia optar por
uma carteira composta por ações
e CDI separadamente, de acordo
com as proporções que forem
mais convenientes para ele.
"Ou então, um fundo multicarteira, que dá a opção ao administrador de fazer a alocação de recursos de acordo com as proporções que forem mais adequadas
ao momento", diz.
"Isso porque, descontados imposto e taxa de gestão, ele terá as
rentabilidades integrais dos ativos
em questão", afirma Dilma.
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