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Múltis sofrem impacto
RITA NAZARETH
da Reportagem Local
As empresas nacionais importadoras e endividadas em dólar não foram as únicas afetadas pela maxidesvalorização do real. A mudança no câmbio também teve um impacto negativo sobre várias empresas norte-americanas, causando queda de suas ações na Bolsa de Valores.
As ações da Gillette, por exemplo, que haviam se recuperado dois dias antes da desvalorização do real, com a divulgação de seus resultados, caíram 7,95% com a mudança do câmbio no Brasil.
Somente na última semana a empresa se recuperou, acumulando alta de 3,88% do dia 12 de janeiro até o dia 28.
"As vendas e ganhos no Brasil representam 5% do faturamento da Gillette", diz uma analista de um importante banco estrangeiro.
Quando as empresas multinacionais vêm para o Brasil, elas convertem seus dólares em reais. "Com a desvalorização do real em mais de 58,5% nas últimas semanas, elas ficaram "mais pobres' assim como os brasileiros", diz Flávio Conde, analista-chefe da LAM (Lloyds Asset Management).
Conde lista outras empresas norte-americanas que sofreram com a desvalorização do real. "A Xerox, a Coca-Cola e vários bancos", diz. "Como a Gillette, boa parte de seus lucros também vêm do Brasil."
O caso da Xerox parece ser ainda mais grave que o da Gillette, pois o mercado brasileiro representa 10% de suas vendas. "O país também ocupa a sexta posição do do mundo em faturamento da Coca-Cola", diz Conde.
Segundo a Economática, empresa especializada em informações financeiras, entre os dias 12 e 19 de janeiro, as ações do Citigroup, por exemplo, se desvalorizaram 7,5%.
Assim como a Gillette, o preço das ações começou, na semana passada, a voltar ao patamar que se encontrava antes da desvalorização do real. Ainda assim, o preço da ação está a US$ 55,5, contra US$ 55,7 no dia 12.
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