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BANCOS
Funcionários estão informados sobre a crise financeira
A orientação dos gerentes
aos clientes ainda é confusa
da Reportagem Local
Ao contrário do que aconteceu
em outubro do ano passado, os
gerentes dos bancos estão hoje
mais bem informados sobre a crise
financeira. Mas, em geral, ainda
têm dificuldade para orientar seus
clientes a buscar proteção para o
dinheiro nestes tempos de grandes
oscilações do mercado.
Gerentes de aplicações são capazes de discorrer sobre a economia
mundial com a agilidade verbal de
um economista do governo.
No entanto, quem procurar as
agências em busca de uma luz para
encontrar a melhor aplicação para
um dinheiro novo ficará, no mínimo, confuso.
O Folhainvest conferiu as "dicas" de três instituições financeiras, consultando algumas agências
sobre a melhor aplicação para
uma quantia de R$ 20.000 e ouviu
de tudo. "Ponha na poupança,
pois é isenta de impostos", sugeriu a gerente de aplicações de uma
agência do Bradesco na região dos
Jardins, área nobre de São Paulo.
Questionada sobre a baixa rentabilidade das cadernetas, a funcionária fez nova tentativa: "Se você
não for precisar do dinheiro no
curto prazo, pode aplicar em um
fundo de renda fixa de 90 dias",
disse. "Nesse caso o banco paga a
CPMF para você".
Em outra agência do Bradesco,
na mesma região, a gerente da
área sugeriu aplicar os R$ 20.000
em um dos fundos de renda fixa
do banco ou em CDB prefixado.
"A vantagem do CDB prefixado é
que você sabe quanto seu dinheiro
vai render", explicou. Essa orientação não leva em conta que, se os
juros subirem, como o mercado
está sinalizando, a rentabilidade
desse título cai.
No HSBC Bamerindus, a agência
visitada tem um espaço reservado
para atender investidores. Uma
funcionária, demonstrando bom
conhecimento da situação do
mercado, avisa, de saída, que, antes de qualquer orientação, o
cliente terá de passar por um
"check up" para que seja definido seu perfil de investidor. "Só
conhecendo suas necessidades e o
grau de risco que está disposto a
correr, poderei ajudá-lo."
No Itaú, um funcionário um
pouco lento limitava-se a extrair
dos arquivos do computador as
informações solicitadas. "A
maioria dos clientes está aplicando em fundos de renda fixa", foi
seu único comentário.
Se nas grandes cidades é possível
obter alguma orientação sobre
aplicações financeiras nas agências bancárias, no interior a situação é mais complicada. "Ninguém sabe o que é melhor neste
momento", disse Tadeu Sérgio
Pinto de Carvalho, um advogado
de Rio das Pedras (190 quilômetros a Noroeste da capital).
Ele tem aplicações em três bancos na cidade e pensa em realocar
seu patrimônio. "Perdi metade do
que apliquei em um fundo de
ações ", disse. Segundo Carvalho,
95% do seu patrimônio está em
fundos de renda fixa. "Não sei o
que há dentro desses fundos; os
funcionários por aqui não têm
muita informação", concluiu.
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