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CARTEIRA DE AÇÕES
O Folhainvest publica, a partir desta semana, dicas de ações de analistas das principais instituições
Entre com o pé direito nesse mercado
SANDRA BALBI
da Reportagem Local
Corre no mercado financeiro
uma piada: sempre que os ganhos
em Bolsa viram tema de conversa
em salão de beleza, é hora de vender. Apesar de o Ibovespa ter subido mais de 60% neste ano e o volume de negócios na Bolsa paulista
ter esbarrado na casa do R$ 1 bilhão na semana passada, o mercado acionário ainda não se mistura
com bobes e secadores.
Mas a recuperação dos pregões,
nos últimos meses, já atrai muito
marinheiro de primeira viagem, de
olho nos rendimentos que a compra e venda de ações pode proporcionar.
"Com a queda dos juros, creio
que posso obter uma rentabilidade
melhor na Bolsa do que na renda
fixa", diz o advogado mineiro Rui
de Almeida, 52.
Ele nunca investiu em ações nem
faz idéia de por onde começar.
"Como faço para escolher um papel? Quanto tempo demora para
obter retorno com aplicações em
Bolsa?", pergunta ele.
Os investidores interessados em
desbravar esse mercado, encontrarão no Folhainvest, a partir desta
semana, uma lista de sugestões de
compra de ações, preparada por
corretoras e bancos (veja tabela
abaixo). Essas indicações serão
atualizadas semanalmente, ao longo de um mês, pelas instituições.
²
Cuidados
Acompanhar as análises dos especialistas pode ser um caminho
para investidores curiosos, mas
despreparados, como Almeida. Isso porque apesar do ritmo dos negócios com ações ter melhorado,
ainda há muita oscilação de preços
e incertezas no curto prazo.
"Este é um ano de recessão e temos uma crise política e institucional armada", observa Gabriel Jafet,
administrador dos fundos de renda variável da Oryx Asset Management. "Quem pretende entrar em
Bolsa agora tem que ter muito cuidado", diz.
Segundo ele, o momento exige
acuidade para pinçar bons papéis
de segunda linha (ações de empresas com bom potencial de valorização, mas pouco negociadas),
comprando e vendendo rapidamente. "Bolsa, hoje, é só tiro rápido", afirma Jafet. Essa estratégia,
entretanto, não é para novatos.
Quem quer iniciar-se no mercado de ações tem que olhar para o
futuro. "Como os juros podem cair
para até 20% ao ano, a Bolsa ainda
pode oferecer boas oportunidades
em relação à renda fixa para quem
busca ganhos no médio prazo", diz
Marcelo Guterman, analista da
Lloyds Asset Management.
Mesmo assim, os analistas recomendam colocar só uma parte do
capital em ações. "Quem está começando a investir nesse mercado
deve limitar suas aplicações a, no
máximo, 30% do capital", recomenda Ricardo Mattei, gerente de
pesquisas do banco Brascan.
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