São Paulo, segunda, 10 de maio de 1999

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CARTEIRA DE AÇÕES
O Folhainvest publica, a partir desta semana, dicas de ações de analistas das principais instituições
Entre com o pé direito nesse mercado

SANDRA BALBI
da Reportagem Local

Corre no mercado financeiro uma piada: sempre que os ganhos em Bolsa viram tema de conversa em salão de beleza, é hora de vender. Apesar de o Ibovespa ter subido mais de 60% neste ano e o volume de negócios na Bolsa paulista ter esbarrado na casa do R$ 1 bilhão na semana passada, o mercado acionário ainda não se mistura com bobes e secadores.
Mas a recuperação dos pregões, nos últimos meses, já atrai muito marinheiro de primeira viagem, de olho nos rendimentos que a compra e venda de ações pode proporcionar.
"Com a queda dos juros, creio que posso obter uma rentabilidade melhor na Bolsa do que na renda fixa", diz o advogado mineiro Rui de Almeida, 52.
Ele nunca investiu em ações nem faz idéia de por onde começar. "Como faço para escolher um papel? Quanto tempo demora para obter retorno com aplicações em Bolsa?", pergunta ele.
Os investidores interessados em desbravar esse mercado, encontrarão no Folhainvest, a partir desta semana, uma lista de sugestões de compra de ações, preparada por corretoras e bancos (veja tabela abaixo). Essas indicações serão atualizadas semanalmente, ao longo de um mês, pelas instituições.
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Cuidados Acompanhar as análises dos especialistas pode ser um caminho para investidores curiosos, mas despreparados, como Almeida. Isso porque apesar do ritmo dos negócios com ações ter melhorado, ainda há muita oscilação de preços e incertezas no curto prazo.
"Este é um ano de recessão e temos uma crise política e institucional armada", observa Gabriel Jafet, administrador dos fundos de renda variável da Oryx Asset Management. "Quem pretende entrar em Bolsa agora tem que ter muito cuidado", diz.
Segundo ele, o momento exige acuidade para pinçar bons papéis de segunda linha (ações de empresas com bom potencial de valorização, mas pouco negociadas), comprando e vendendo rapidamente. "Bolsa, hoje, é só tiro rápido", afirma Jafet. Essa estratégia, entretanto, não é para novatos.
Quem quer iniciar-se no mercado de ações tem que olhar para o futuro. "Como os juros podem cair para até 20% ao ano, a Bolsa ainda pode oferecer boas oportunidades em relação à renda fixa para quem busca ganhos no médio prazo", diz Marcelo Guterman, analista da Lloyds Asset Management.
Mesmo assim, os analistas recomendam colocar só uma parte do capital em ações. "Quem está começando a investir nesse mercado deve limitar suas aplicações a, no máximo, 30% do capital", recomenda Ricardo Mattei, gerente de pesquisas do banco Brascan.



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