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INVESTIMENTOS
Exportações e reformas preocupam analistas
A euforia é o maior risco do mercado
da Redação
Economistas e analistas de investimentos não estão vendo, a curto
prazo, riscos que possam trazer de
volta a intensa volatilidade (oscilação) do preço dos ativos financeiros, como juros, câmbio e Bolsas
de Valores.
No longo prazo, contudo, eles
acham que o cenário pode mudar.
"O Brasil pode viver uma nova crise de credibilidade", diz Antônio
Costa, sócio da corretora Oryx.
Primeiro, a reação da balança comercial brasileira, que era esperada para o período que se sucedeu à
desvalorização cambial, não ocorreu até agora. Segundo, ainda há
muitas dúvidas em relação ao futuro das reformas.
"Na nossa avaliação, o efeito da
CPI dos Bancos está dado", diz
Emanuel Pereira, gestor do fundo
IP GAP Hedge. "Só não fico mais
tranquilo porque ainda tenho dúvidas em relação à continuidade
das reformas."
Pereira reforça o coro de importantes analistas de investimentos
que estão realocando suas carteiras, tomando posições com perspectivas mais rentáveis (e, portanto, de maior risco), mas que também estão se cercando de muitos
cuidados. "Estamos otimistas, mas
não eufóricos", diz Pereira.
Para esses analistas, a euforia é o
maior risco atualmente, pois pode
parecer que o governo já não tem
mais que acertar suas contas e dar
continuidade às reformas tributária e previdenciária, principalmente. "Está tudo parado no Congresso e esse é o risco", diz Pereira.
Essa falta de ajuste nas contas públicas foi o principal fator que jogou para o alto as taxas de juro brasileiras. "O mercado de renda fixa
possui características peculiares,
condicionadas, em larga escala, ao
ambiente macroeconômico volátil
dos últimos 20 anos", dizem os
economistas Natan Finger e Alex
Mourad, do Credit Suisse First
Boston/Garantia, num estudo publicado recentemente.
Como explicam esses economistas, por conta do descontrole fiscal,
o Brasil conviveu, durante um longo período, com um problema crônico de alta inflação. Essa situação
fez também com que o governo se
tornasse o principal tomador final
de recursos de renda fixa, resultando em uma concentração de operações em títulos públicos.
A alta inflação crônica, dizem esses analistas, também levou ao encurtamento de prazos médios no
mercado, resultado do alto risco
que apresentam os créditos de longo prazo em economias instáveis.
Se o governo concluir com sucesso as reformas, haverá espaço para
novos cortes dos juros. A tendência, então, será de prazos maiores e
desconcentração de operações
com o governo. Assim, se o investidor quiser maiores ganhos, terá de
diversificar mais sua carteira.
Mas, se o governo tiver problemas na conclusão de suas reformas, o terreno poderá ficar perigoso para os investidores.
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