São Paulo, segunda, 23 de novembro de 1998

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FUNDOS
Com a queda dos juros, a rentabilidade da renda fixa cai, mas as taxas de administração continuam iguais
Preste atenção no custo de seu gestor

RITA NAZARETH
da Reportagem Local

Com a redução dos juros, o investidor em fundos de renda fixa não deve desconsiderar as taxas de administração, pois elas vão pesar na rentabilidade de sua aplicação.
Quem investe em fundos de ações e carteira livre também deve prestar muita atenção nas taxas cobradas. Elas são superiores às dos fundos de renda fixa.
Questionados sobre a possibilidade de baixar as taxas, os administradores de fundos torcem o nariz. "Desde o Plano Real as taxas médias caíram de 5% ao ano, para 1,6 %", diz Alexandre Zákia, diretor de fundos do BFB (Banco Francês e Brasileiro).
Assim, o investidor dos fundos de renda fixa terá de pagar taxas que variam de 0,5% a 4,5% ao ano, segundo pesquisa realizada, na semana passada, pelo Folhainvest.
Já na renda variável a mordida é de 5% ao ano, nos grandes bancos. O investidor em ações ainda está sujeito à cobrança de outra taxa: a de performance ou de sucesso.
Buscando ganhar mais, muitos investidores optam por fundos que indexam a rentabilidade a algum índice, como o Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo.
"Se a rentabilidade do fundo for superior à do Ibovespa, o investidor tem de pagar a taxa de performance ao gestor", diz Patricia Stierli, diretora-adjunta de renda variável do Santander.
Variação
Fique atento, pois as taxas variam de banco para banco, mas também dentro da mesma rede. Tome como exemplo dois fundos DI de 60 dias do Banespa, ambos indexados à taxa de juros e que tiveram, por isso, rentabilidade anual muito próxima.
O FBQ DI 60 Plus, que tem uma taxa de administração de 3%, teve uma rentabilidade no ano de 9,69%. Já sobre o FBQ DI 60 Vip, do mesmo banco, incide uma taxa de administração de 1%, o que fez o cotista desse fundo obter uma rentabilidade de 10,68%.
A diferença de taxas entre os dois fundos, que são idênticos, está na exigência de aplicação mínima. Enquanto o primeiro exige apenas R$ 100, o segundo exige R$ 30 mil. "Os fundos que exigem aplicações maiores têm menos cotistas e dão menos despesas ao seu administrador", diz Antonio Cesar Costa, diretor do Banco Real de Investimentos. "Por isso cobram menos".
As taxas variam de uma rede para mesmo entre fundos que exigem o mesmo valor de aplicação mínima. Compare os fundos DI 60 do Itaú e do Bradesco: o primeiro exige uma taxa de administração de 4,5% e o segundo, de apenas 0,5% ao ano. Motivo alegado: o número de cotistas.



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