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Magnum
foi criada
em 1947
ADRIANA ZEHBRAUSKAS
Repórter fotográfica
Em 22 de maio de 1947, dois anos
após o fim da Segunda Guerra, a
Magnum Photos Inc., agência de
maior prestígio do mundo, foi
fundada em Nova York pelos fotógrafos Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, George Rodger e David Seymour, mais William e Rita
Vandivert. Depois de meio século,
ela permanece como sinônimo de
excelência e designa um seleto
grupo de fotógrafos reconhecidos
internacionalmente pela altíssima
qualidade de seus trabalhos.
Os anos 50 marcaram tragicamente a história da agência. Em
54, Capa morreu ao pisar numa
mina no Vietnã e Werner Bischof
perdeu a vida soterrado pela neve
nos Andes peruanos. Em 56, David Seymour foi morto com um tiro de metralhadora no canal de
Suez. Muitos acreditam que a
agência sobreviveu somente pelo
desejo de perpetuar a memória
dos que morreram.
Ainda hoje, o equilíbrio entre
jornalismo e arte define a Magnum. Cada fotógrafo deve se manter fiel ao princípio estabelecido
pelos fundadores: respeito à individualidade e visão pessoal e interpretativa dos fatos. O que unifica o
trabalho dos diferentes fotógrafos
é a concepção de jornalismo e o
olhar essencialmente humanista
com que enxergam e apresentam o
mundo.
A Magnum foi criada com duas
diferenças básicas em relação às
outras agências: era uma cooperativa de fotógrafos acionários, cujos presidentes estimulavam, ao
invés de imporem, as idéias dos
fotógrafos. Os direitos autorais seriam propriedade dos fotógrafos e
não das publicações em que seriam veiculadas as imagens.
Tornar-se um membro da Magnum não é simples. O aspirante
deve trabalhar sob o acompanhamento de um fotógrafo membro
por um período de teste que dura
em média dois anos. Só então ele
poderá ser eleito associado, devendo trabalhar para a agência em
tempo integral. Após mais dois
anos, poderá atingir a categoria de
co-acionário, tendo direito a uma
parte igual à dos demais membros.
Pode acontecer, entretanto, de um
fotógrafo ser recusado, mesmo
depois de ter passado pelas etapas
de nomeado e associado.
A Magnum conta também com
colaboradores, fotógrafos que
atuam há mais de 25 anos como
membros da agência, mas que optaram por não serem acionistas.
Por fim, os correspondentes
-caso de Miguel Rio Branco, único brasileiro hoje na agência, depois da saída de Sebastião Salgado,
em 1994- são fotógrafos que realizam projetos em parceria com a
Magnum, mas não trabalham exclusivamente para o grupo.
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