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RISCO NO DISCO
Nuances indeléveis
LEDUSHA
Deus dos delicados, não
me abandone nessa guerra
insana. Minha máquina de
ser reverencia a pane, memória dilatada. O veludo da
voz de Billie lambe as paredes do lusco-fusco. Tudo
dói, indispensável. A tarde
despenteada em Grumari,
as lágrimas do homem que
me amou e nunca disse. O
negro agonizante sob o sol
narcísico de Ipanema, as
crianças que me deixaram,
farta de dor e leite. O eco
nenhum de Frederico, sinas
de musgo. A dor desenterra
palavras -o carmim das
palavras-, lascas afiadas,
impura prosa. Sonho piscinas, atraída pelas labaredas. Preciso dormir bem
dentro das suas asas enormes, pai.
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