São Paulo, domingo, 1 de novembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

A ameaça do carbono

Associated Press - 22.set.97
Operário da construção civil observa poluição atmosférica em Kuala Lumpur, capital da Malásia; emissão de gases pode afetar o clima mundial


MARCELO LEITE
especial para a Folha

O mais espantoso na reunião sobre o clima mundial de Buenos Aires, que começa amanhã, está no fato de realizar-se. A questão do aquecimento global é complexa e cheia de incertezas. Países ricos e pobres travam em torno dela uma disputa político-financeira difícil de entender. E, ainda por cima, seus efeitos só serão sentidos num futuro mais que remoto para o mundo em pânico, inseguro não com a temperatura em 2050, mas com o próprio sistema monetário mundial. Hoje.
Apesar da vertigem, a comunidade internacional continua a debater o problema da mudança climática. Uma das razões é o crescente consenso científico de que o aumento da concentração de gás carbônico (CO2) vai esquentar a atmosfera e engendrar catástrofes meteorológicas. Essa escassez de ar puro está criando uma espécie de commodity negativa, a tonelada de carbono, que todos querem tirar de circulação.
A negociação internacional sobre o clima se mantém, e até avança, também por inércia. A partida do transatlântico foi dada na Eco-92, com a redação da Convenção-Quadro sobre Mudança Climática. O tratado foi ratificado por 176 países.
Da ratificação à prática, o longo percurso levou do Rio a Berlim, depois a Kyoto, e agora chega a Buenos Aires. Nessa cidade realiza-se a chamada Quarta Conferência das Partes (ou COP-4). Na pauta de negociações sobre o futuro da convenção, mais uma vez, estará o conflito Norte-Sul.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.