São Paulo, domingo, 02 de abril de 2000


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A unidade nacional

João José Reis
especial para a Folha

Permanece um enigma a transformação da América portuguesa em um só país chamado Brasil, enquanto a América espanhola se dividiu em numerosas nações. A luso-monarquia parlamentar e a afro-escravidão generalizada não bastam para explicar a unidade, embora não sejam elementos desprezíveis.
Ao longo das duas décadas que se seguiram à Independência, tanto a monarquia como a escravidão foram contestadas em rebeliões que poderiam redundar no esfacelamento da recém-criada nação. Por que, como, quando, onde exatamente foram vencidos esses movimentos?
Quem vivia no Brasil do período regencial, por exemplo, não dormia com a certeza de que o país acordaria unificado e, em alguns lugares, sob controle dos brancos. Existem estudos sobre movimentos separatistas e/ou republicanos específicos e sobre a política imperial desde Pedro 1º, mas não uma obra ao mesmo tempo abrangente e profunda, com pesquisas feitas, articuladamente, no centro e nas diversas periferias do Império.
Pesquisa desse porte provavelmente demanda trabalho em equipe. Mas por que não? O importante é concordar sobre uma estratégia sistemática de levantamento de fontes comparáveis, a partir de um elenco de problemas a serem investigados e hipóteses a serem testadas, em torno da questão dispersão/unidade. Seria um bom projeto sobre como e quando o Brasil realmente nasceu.



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