São Paulo, domingo, 02 de agosto de 2009

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O positivista indisciplinado

ISABEL LUSTOSA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Em 1888, Euclydes da Cunha atirou sua espada aos pés do ministro da Guerra [do Império] como um gesto de protesto republicano. Era apenas uma amostra de seu temperamento. Algumas de suas características marcaram muitos dos jovens educados na escola do positivismo: a fé na ciência e no progresso que, por meio de um Estado forte (até mesmo uma ditadura), viabilizaria o Brasil. Eram rapazes sérios, secos, pouco afeitos à alegre sociabilidade da rua do Ouvidor. Impetuoso, firme na defesa do que considerava direito, foi várias vezes punido por indisciplina ou pediu demissão por discordar de seus chefes.
As condições trágicas de sua morte resultaram da concepção militar de honra, superior à glória que ainda estava destinado a alcançar.


ISABEL LUSTOSA é historiadora da Fundação Casa de Rui Barbosa e autora de "Insultos Impressos - A Guerra dos Jornalistas na Independência" (Cia. das Letras).


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